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Prejuízo ultrapassa os R$ 300 mil

O vice-presidente do Rio Branco, Carlos Roberto Frisoli, respaldado por Moro, deixou evidente a sua revolta não só pela decisão do STJD, mas também com relação aos prejuízos que o clube terá de arcar com a eliminação da Copa do Brasil. Além de perder a verba de R$ 150 mil conseguida com a classificação para segunda fase da competição, o Leão ainda perderá em renda com o público, patrocinadores e a própria movimentação que a participação causou em Paranaguá. O valor ultrapassaria os R$ 300 mil.

"A gente fica triste, todos sabem da real situação do Rio Branco, e não ficamos satisfeitos com essa decisão, mas sobre isso a gente não discute. O clube tomará as medidas cabíveis, contra FPF e contra a CBF. Uma entidade diz que mandou a documentação, e a outra diz que não recebeu. A justiça que vai decidir quem está mentindo. Vamos entrar com uma ação também com relação ao caso do Paulo Massaro, o Rio Branco não vai ficar no prejuízo, mas é lamentável a postura da CBF e da FPF, que acusaram o clube com uma nítida falta de critério", desabafou o dirigente.

Ainda segundo o vice-presidente, agora o time volta todas as suas atenções para o Campeonato Paranaense. "É lamentável tudo isso, mas agora é brigar no Estadual, ficar entre os quatro que passam de fase, e brigar para voltar para Copa do Brasil e brigar também por erros que não foram nossos", finalizou Frisoli.

O prognóstico para o Rio Branco na Copa do Brasil, após a eliminação anunciada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na quarta-feira (28), não era nada animador para o julgamento do segundo caso de escalação irregular envolvendo o Leão da Estradinha, que aconteceu na sede do tribunal, no Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (29). E como era esperado, o time de Paranaguá acabou condenado mais uma vez de forma unânime e está oficialmente fora da competição.

Além disso, o clube não tem qualquer possibilidade de reverter a decisão, uma vez que o julgamento foi realizado pelo Pleno do STJD. Na mesma decisão, o tribunal decidiu pela anulação dos dois jogos entre Rio Branco e Avaí, e a primeira partida entre o Leão e o Villa Nova-MG. Desta forma, mineiros e catarinenses se enfrentam nos dias 4 a 11 de abril para decidirem quem fica com a vaga, praticamente assegurada pelo Rio Branco antes dos dois julgamentos.

Junto com a eliminação, a equipe de Paranaguá ainda terá de arcar com duas multas de R$ 1 mil pelas escalações irregulares dos jogadores Paulo Augusto – contra o Avaí – e Paulo Massaro – frente ao Villa Nova-MG. Em ambos os casos, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) teve papel decisivo para a eliminação do Leão da Estradinha, segundo assegurou o advogado do clube, Domingos Moro.

"Após o julgamento de ontem (quarta-feira), eu já esperava essa nova derrota. Pela presença das duas federações (mineira e catarinense) apoiando os dois clubes interessados na eliminação do Rio Branco, eu já esperava esse resultado, estava tudo caminhando para isso. Os dirigentes do clube também erraram, não averiguaram a real situação dos jogadores, mas a FPF, definitivamente, contribuiu para essa lamentável decisão", desabafou Moro.

Caso Massaro foi o primeiro a eliminar o Leão

No caso de Massaro, julgado na quarta, a defesa do Rio Branco tentou provar que a documentação do jogador havia sido enviada para Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no dia 22 de fevereiro. Porém, como a entidade estava em recesso, o nome do atleta só apareceu na lista do Boletim Informativo Diário (BID) no dia 16 de março, dois dias depois do jogo contra o Villa Nova-MG, no qual o Leão venceu por 3 a 0. Porém, o STJD não aceitou a decisão e puniu a equipe com a eliminação.

Nesta quinta, existia a perspectiva que, caso o Leão fosse absolvido no caso Paulo Augusto, haveria uma chance do time voltar a compor a Copa do Brasil, uma vez que a questão seria analisada pelo Pleno no tribunal. Mas com nova derrota, já que ficaram atestados os erros da FPF e da diretoria do Rio Branco, a decisão de eliminar o clube foi consolidada. Domingos Moro explica porque a equipe ficou sem defesa.

"No caso do Paulo Augusto, foram 41 dias nos quais a CBF esperou a documentação dele ser enviada. No dia 30 de janeiro, a documentação foi encaminhada, mas a CBF devolveu, pois faltava o recolhimento de uma taxa de R$ 120,00. No dia 6 de fevereiro, a federação afirmava que havia enviado toda a papelada corretamente, com a taxa paga, mas a CBF assegurou que não recebeu. No meio desse período, veio o recesso da entidade e o jogo contra o Avaí, no qual o Paulo Augusto atuou. Na volta da CBF, eles pediram mais uma vez a documentação do jogador, a qual a FPF afirmava já ter enviado. Porém, uma faxineira achou o documento atrás de um armário na federação, e ficou claro quem estava mentindo na história", detalhou ao advogado do Rio Branco.

A eliminação envolta em uma confusão dessas fez até mesmo o presidente do STJD, Rubens Approbatto Machado, debochar da atuação da federação estadual no caso. "Durante o julgamento o próprio Sr. Rubens declarou que essa faxineira deveria ser a presidente da FPF, para fazer a limpeza necessária na entidade", afirmou Moro. O advogado ainda afirma que o clube vai procurar todas as medidas desportivas para punir os responsáveis. "Os dirigentes do Rio Branco vão ficar conosco aqui no Rio e vamos estudar ações desportivas contra os responsáveis, contra aqueles que julgarmos culpados por essa eliminação. Queremos justiça, um caso desses não pode passar batido", concluiu.

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