O meia Rivaldo precisou de apenas duas aparições para mostrar a todos que tem condições de ser titular do São Paulo. O jogador de 39 anos deu mostras de que não tem mais a velha velocidade ou o condicionamento físico da época de Barcelona e seleção brasileira, mas com duas belas jogadas foi decisivo para a vitória do São Paulo, por 2 a 1, neste sábado (9), no Morumbi, em partida válida pela nona rodada do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, o clube paulista chegou à segunda colocação provisória na tabela, com 18 pontos - pode ser ultrapassado pelo Flamengo, que joga neste domingo, contra o Fluminense. Já o Cruzeiro, estacionou nos 12 pontos, na décima colocação, e pode ser ultrapassado por Coritiba, Ceará e Bahia, que também jogam no domingo.
O São Paulo entrou em campo pressionado. Após três derrotas consecutivas, a diretoria perdeu a paciência com o técnico Paulo César Carpegiani e demitiu-o no meio da semana. No seu lugar, o auxiliar Milton Cruz assumiu interinamente e promoveu uma mudança que há muito tempo vinha sendo pedida pela torcida: escalou Rivaldo como titular, no lugar de Fernandinho. Foi a primeira partida do meia como titular desde o dia 17 de abril, quando ele encarou o Oeste, pelo Campeonato Paulista.
Já o Cruzeiro vivia momento oposto: começou mal o Campeonato Brasileiro, reagiu com a mudança de técnico - saiu Cuca e entrou Joel Santana - e vinha embalado por uma sequência de três vitórias consecutivas, muito devido à volta da boa fase do meia Montillo.
A equipe mineira começou melhor a partida, aproveitando-se bem dos espaços dados pelo lateral Juan, no lado direito do ataque. Por lá, Montillo chegou duas vezes antes dos cinco minutos. Na primeira, bateu forte à esquerda do gol de Rogério Ceni e, na segunda, apareceu bem dentro da área, mas Xandão afastou antes que ele finalizasse.
O São Paulo acordou e respondeu rapidamente, também pelo lado direito do ataque. Marlos teve boa chance, mas errou o cruzamento, já dentro da área cruzeirense. Depois, Jean deu dois bons passes para Dagoberto, mas a bola não chegou no atacante.
Quando o jogo começava a ficar morno, Rivaldo mostrou porque era tão requisitado pela torcida. Aos 20 minutos, tabelou com Marlos e com um belo passe deixou o meia de frente para o gol. O jogador tocou por cima do goleiro Fábio para Dagoberto, que só empurrou para o gol e abriu o placar.
O gol diminuiu ainda mais o ritmo da partida. O Cruzeiro tentava reagir em chutes de longe, com Marquinhos Paraná e Montillo, mas faltava intensidade. Apenas aos 40 minutos, a partida teve outro lance de perigo, mas foi do São Paulo. Dagoberto fez grande jogada, tabelou com Marlos, tentou driblar Fábio e caiu. A torcida e os jogadores ficaram pedindo pênalti. Foi a última oportunidade do primeiro tempo.
A segunda etapa começou da melhor maneira possível para o torcedor são-paulino. Antes do primeiro minuto de jogo, a equipe ampliou o placar, em mais uma bela jogada de Rivaldo. Ele recebeu passe na intermediária, passou por Leandro Guerreiro e deu ótimo passe para Marlos, que de pé direito bateu na saída do goleiro Fábio para aumentar o placar.
O gol desanimou ainda mais o Cruzeiro, que seguia sem forças para buscar a reação. O técnico Joel Santana, percebendo isso, fez uma alteração ousada: tirou o lateral-direito Vítor e colocou o meia Roger. A mudança não surtiu o efeito esperado e o São Paulo seguia dominando o jogo, com mais posse de bola.
Com a falta de reação, Joel voltou a mexer na equipe, mas desta vez com êxito. Aos 24 minutos, Ortigoza entrou no lugar de Thiago Ribeiro e, um minuto mais tarde, fez boa jogada pela direita, cruzou rasteiro para o meio da área e encontrou Wallyson, que bateu para diminuir o marcador e marcar seu primeiro gol no Brasileirão.
Depois do gol, o time mineiro melhorou, passou a ficar mais com a bola e pressionar o São Paulo, que nos contra-ataques levava perigo com Fernandinho e Casemiro. Apesar da insistência mineira o gol não saiu e o São Paulo conseguiu segurar o 2 a 1. Com o placar garantido, o dono da noite, Rivaldo, deu lugar ao garoto Dener, aos 44 minutos, para ouvir os gritos de apoio dos mais de 11 mil são-paulinos presentes no Morumbi.
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