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Organização

C13 renasce e Coritiba pede a união dos clubes locais

Uma Assembleia Geral ontem à tarde, com a presença de 20 membros da entidade, praticamente ressuscitou o Clube dos 13. Ficou acordada, desde já, uma reformulação estatutária. A nova política do grupo será discutida por uma comissão formada por Flamengo, Grêmio, Sport, Portuguesa e Corinthians.

"É uma pretensão de se refundar, de se refazer", destacou Marcos Malucelli, presidente do Atlético e vice da entidade nacional. O dirigente rubro-negro já antecipou que irá renunciar o seu posto no C13 em nome do Furacão, em janeiro. "Basta a futura diretoria indicar um nome."

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, foi direto ao falar do futuro da entidade e o risco de o estado perder força política nas decisões. "Acho que os clubes [paranaenses] têm de se unir, independente das rivalidades. Se não se unirem, vão morrer abraçados." Ele não esteve no encontro e Jair Cirino representou o Coxa.

Entre as possíveis proposições, existe a possibilidade de expansão do órgão, hoje com 20 agremiações, para 40 ou até 60 filiados. Também será esclarecida a questão da negociação dos direitos de transmissão, se serão negociados individualmente ou em bloco.

A principal característica, no entanto, seria resgatar a característica de "sindicato", com orçamento entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.

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O clima de lamentação não predominou após o Atletiba decisivo do último fim de semana. Alviver­­des apreciaram o rebaixamento do rival; rubro-negros ficaram felizes em impedir o Coxa de chegar à Libertadores. Mas o futebol do estado – sem rivalidade para se escorar – pode chorar à vontade.

Levando-se em conta a representatividade dos times de cada federação no Brasileirão, o Cam­­peo­­nato Paranaense será apenas o sétimo em importância no próximo ano – no mesmo nível dos regionais da Bahia e Goiás.

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Serão apenas duas equipes de Série A ou B – Coritiba e Atlético, respectivamente – em ação no torneio local. O declínio do PR-2012 foi potencializado pela ausência paranista – rebaixado ao segundo escalão local.

Pelo mesmo critério de presença entre os 40 principais clubes do país, o Estadual de 2011 foi o quarto mais importante, ao lado do Gaú­cho. Na próxima temporada, po­­rém, as disputas em Santa Cata­­ri­­na (com quatro times nas duas divisões principais) e Pernambuco (com duas equipes na elite) deixam o Pa­­raná para trás. Os Campeonatos Paulis­ta, Carioca e Mineiro estão no topo da lista de representatividade.

O patamar do Paranaense não ficava tão baixo desde 1991, quando o Tricolor iniciava sua trajetória na Terceirona, o Coritiba estava na Segundona e apenas o Atlético figurava entre os grandes.

Apesar de defender que o torneio não será afetado, o vice-presidente da Federação Parana­­ense de Futebol, Amilton Stival, admite o enfraquecimento.

"É lamentável o Atlético cair, o Paraná não subir e o Coritiba não chegar à Libertadores. Perde-se um espaço importante, os times não terão tanta divulgação. É ruim para nós, para os clubes, pois não há um engrandecimento dentro do país", analisa.

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A opinião é reforçada pelos próprios dirigentes da dupla Atletiba.

"Até acho que [sem o clássico no Brasileirão] este é um bom momento para valorizarmos o Estadual, mas termos um time a menos na divisão de elite nacional é uma perda tremenda para o futebol paranaense. Fomos superados por ou­­tros estados por causa disso", afirma o superintendente de futebol do Coritiba, Felipe Ximenes.

"O Atlético terá uma exposição menor na imprensa nacional. Os times da Série A são mais vistos", diz o coordenador de marketing do Furacão, Jackson Mattos.

Menos times na elite, menos divulgação nacional, perda de importância... Apesar de o cenário ser desfavorável, nada é irreversível. É o que pensa o economista e especialista em marketing esportivo Fernando Ferreira.

"Eu sou otimista, pois os clubes paranaenses têm um histórico recente de boa gestão. Vejo o Cori­tiba em um momento estável, e a queda do Atlético é pontual. A situação vai melhorar", confia.

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Exceção, Gilson Kleina comemora ano vitorioso

Em uma temporada que se encerra com o futebol paranaense perdendo valor em relação a outros estados, o curitibano Gilson Kleina tem o que comemorar. O treinador conduziu a Ponte Preta até a fase final do Paulistão e depois conseguiu o acesso à Série A do Brasileiro com a Macaca.

"O ano foi de grande valia, pois conseguimos as metas que estabelecemos, principalmente a vaga na Primeira Divisão. O clube já estava há muito tempo na Segundona [desde 2006]", lembra. "Além disso, é bom ter um treinador do estado que encaixa um bom trabalho", emenda o técnico que vem a Curi­tiba na próxima semana para curtir as férias.

Kleina virou exceção em 2011. Enquanto gozava de tranquilidade na Ponte, sendo até convidado para dirigir o Fluminense no primeiro semestre, outros técnicos conterrâneos penaram.

Adilson Batista, em um único ano, foi demitido de Santos, Atlé­­ti­­co e São Paulo. Cuca caiu no Cru­­zei­­ro, salvou o rival Atlético-MG do re­­baixamento, mas encerrou o Nacional em baixa após a goleada de 6 a 1 sofrida para o ex-clube. Já Caio Júnior manteve o Botafogo entre os primeiros da Série A, mas não resistiu a um momento instável e foi mandado embora.

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"Foi um momento ruim deles deste ano. Somos um celeiro de ótimos treinadores, são todos gabaritados e vão se recuperar com certeza", ameniza Kleina, que já grantiu a renovação de contrato com a Ponte.