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A súbita reação de Mário Celso Petraglia ao ver o meia Fabrício sendo carregado de maca durante o jogo de sábado abriu ainda mais a ferida entre Atlético e São Paulo, protagonistas em julho de uma tumultuada final da Copa Libertadores.

Enquanto o zagueiro Alex (expulso pela falta no atleticano) se dirigia ao vestiário da Arena, o presidente do Conselho Deliberativo chamou o são-paulino de "assassino". O médico José Sanches, que acompanhava o jogador, disse ainda ter sido empurrado pelo homem-forte do Furacão.

Todo o entrevero acabou dando motivos para o clube do Morumbi reclamar de um suposto esquema de hostilidade na Arena. Os são-paulinos prometem denunciar hoje o Rubro-Negro no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – "Deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desportos".

Caso a queixa seja acatada, o clube fica sujeito a pegar até três jogos com portões fechados e fora do Joaquim Américo. "Não houve prevenção, muito pelo contrário. Viu-se alguém da direção incitar a confusão. Isto é inaceitável", ataca o advogado do São Paulo, José Carlos Ferreira Alves.

Mas o anseio paulista já esbarra no entendimento de Paulo Schmitt, chefe da procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ele entende que o caso deve ser enquadrado nos artigos 187 ("Ofender moralmente") e 277 ("Constranger alguém"). Nessas duas normas, o atingido seria Petraglia. A pena é a mesma para ambos os casos: suspensão entre 30 e 120 dias. "A sanção recairia apenas na pessoa física", diz.

Procurado pela Gazeta do Povo, o gerente de futebol do São Paulo, o médico Marco Aurélio Cunha, não poupou críticas à recepção dada ao Tricolor na Baixada. Qualificou o tratamento recebido como "pequeno, antigo, de baixo nível, antiprofissional e vergonhoso".

"Ficamos confinados no vestiário, sem poder sair dele. Não nos foi permitido acesso à zona mista (área de entrevistas). Além disso, atrás dos gols há um monte de gente torcendo para o Atlético. Pessoas que nada têm a ver com o jogo. Isto sem contar que aquele senhor (Petraglia) desceu com toda sua trupe para nos intimidar", ataca Cunha.

"As imagens de tudo que aconteceu são claras. É batom na cueca. Se fosse uma pessoa anônima, poderiam até argumentar algo. Mas não foi. Era o presidente virtual", complementa o cartola paulista, municiado com gravações feitas por aparelhos celulares e uma câmera de vídeo amadora.

De acordo com o Atlético, as acusações são infundadas. A assessoria de imprensa do clube assegura que os visitantes não ficaram presos no vestiário. E mais: aponta que o próprio Marco Aurélio "circulava livremente pelo estádio antes e durante a partida" vencida por 4 a 2 pelo Rubro-Negro.

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