Dono de um currículo dos mais vitoriosos pela seleção brasileira, Roberto Carlos está magoado. Considerado por grande parte da imprensa e até da torcida como principal culpado pela eliminação na Copa de 2006, por não ter marcado Thierry Henry, o lateral-esquerdo diz que não pensa mais em seleção. Ele reafirma que não era o responsável por marcar o atacante adversário e avisa que não pretende fazer um jogo de despedida com a amarelinha.

CARREGANDO :)

Para o jogador do Fenerbahçe, a derrota para França foi o ponto final de sua trajetória na seleção, pela qual conquistou duas Copas América (97 e 99), uma Copa das Confederações (97) e a Copa de 2002, além da medalha de bronze nos Jogos de Atlanta, em 96.

Por telefone, ele concedeu entrevista exclusiva ao site GloboEsporte.com, direto de Istambul, da Turquia. Sincero e direto como sempre, ele diz que sequer pretende voltar ao Brasil após sua aposentadoria, critica a preparação para o último Mundial e dá sua opinião sobre a atual seleção.

Publicidade

A seleção se apresentou na Granja nesta segunda-feira para o início da preparação para as eliminatórias. Antes da Copa de 2006, a preparação do time foi na Suíça, mais sossegada. Faltou uma preparação mais apurada antes do Mundial?

ROBERTO CARLOS:Pois é, foi a pior escolha que poderiam ter feito. A Granja sempre foi boa para a seleção, é isolada. Jogador não gosta de ficar preso, mas no Brasil isso é válido e importante.

Essa falta de preparo prejudicou?

Eu acho que a preparação para a Copa não foi adequada para um evento daquela importância. Na Granja, tem disciplina, horário para tudo, não tem tanta torcida. Na Copa, sentimos falta de um ambiente de jogador, que seria estar concentrado para uma competição importante como uma Copa do Mundo. Isso não foi responsável pela nossa derrota, mas atrapalhou, claro.

O que você acha do Dunga como treinador?

Publicidade

Eu acho que é a opção certa. Não podemos compará-lo ao Klinsmann, que passou por isso na Alemanha (que também iniciou a carreira de treinador diretamente na seleção alemã). O Dunga foi um grande jogador e tem muito potencial para o futebol. Ele entende, sabe de tática, sabe o que é válido e fará boas escolhas.

Como era o Dunga como companheiro de seleção?Eu conheci o Dunga em 1992. Conheço ele como ser humano, dentro e fora de campo. Ele é chefe dentro e fora é amigo. Não tenho o que falar dele. Não vou falar que ele é perfeito, mas sempre foi muito correto.

Você tem vontade de ser técnico da seleção um dia?

Ser técnico sim, mas da seleção seria muito para mim. Eu quero ser treinador assim que eu acabar aqui.

Em quanto tempo?

Publicidade

Aqui eu tenho três anos de contrato. Depois da Copa e de tudo que fizeram de críticas em relação a mim, dizendo que a culpa da derrota foi minha, acho melhor encerrar a carreira por aqui mesmo, na Turquia. e seguir a vida na Europa.

Você desistiu de encerrar a carreira no Santos, como anunciou antes?

Acho melhor não voltar mais para o Brasil.

Você está muito chateado com o Brasil?

Com a torcida não, mas parte da mídia foi extremamente injusta. A torcida me trata com carinho até hoje porque não esqueceram do meu passado na seleção, no Palmeiras, no Real... Fiquei magoado com alguns jornalistas que falaram um monte de besteira.

Publicidade

Confira a entrevista completa no site do GloboEsporte.com