Mais de 5 mil corintianos enforcaram a primeira segunda-feira de 2010 para receber o mais badalado reforço do clube para o ano centenário. Gostaram do que ouviram. Roberto Carlos, uma das apostas para levar o Corinthians ao inédito título da Libertadores, empolgou-se com a festa iniciada já às 8h30, quando as filas começaram a se formar no Parque São Jorge. Após 15 anos na Europa, o lateral-esquerdo garante que a camisa alvinegra será a última que vestirá na carreira.
"Já vivi emoções no futebol, mas esse momento é único. Ver a torcida gritando seu nome é emocionante, estou bastante emocionado e arrepiado. Podem esperar, a recompensa vai ser dada no campo com conquistas", afirmou o jogador. "Chegou mais um para o bando, mais um louco. Obrigado pelo carinho, por esse momento maravilhoso."
Roberto Carlos não esperava tanto. Temia o passado com a camisa palmeirense. Pisou o gramado ao meio-dia. Exibindo camisa, boné e faixa da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada, antes mesmo de vestir a camisa do clube, foi ovacionado numa apresentação de gala nos mesmos moldes da chegada do amigo Ronaldo, no final de 2008.
A sintonia com a torcida ficou perfeita com sábias respostas. Sem prometer muitos gols, disse que o primeiro será comemorado no meio do povo. "A Gaviões que me segure, que vou lá neles", avisou Roberto Carlos. A euforia ficou completa quando ele apagou o passado com a camisa do Palmeiras e o sonho de encerrar a carreira no Santos.
"Onde joguei já é passado. E passado está. Hoje eu sou um corintiano. E essa camisa vai me dar alegrias que nunca tive no futebol", afirmou o lateral. "Vou encerrar minha carreira aqui, daqui dois, três, quatro ou dez anos."