Robinho à sombra do Fenômeno

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Munique – Robinho jogou pouco mais de 20 minutos contra a Croácia. Esboçou alguns dribles, correu muito, tentou dar mobilidade ao time. O suficiente para aumentar a pressão sob Ronaldo.

"Estou preparado para entrar e jogar bem. É preciso estar sempre pronto. Até porque os 11 jogadores que começam uma Copa do Mundo não são sempre os que terminam", diz o reserva. A frase revela todo o seu constrangimento em desbancar o companheiro de Real Madrid.

Amigo íntimo do Fenômeno, a ponto de aproveitarem uma das folgas juntos em companhia das namoradas, o novo xodó da torcida chegou a batizar o camisa 9 de "Presidente" – clara referência à importância do atleta.

Além de galácticos, eles também são vizinhos. Ambos moram no condomínio de La Moraleja, a 8 quilômetros de centro de Madri. Motivos suficientes para Robinho tratar a chance que se aproxima com cautela. "O estilo do Ronaldo é esse: fica ali, meio parado, e aproveita bem as oportunidades. Ele é experiente e tem tudo para jogar bem."

A saia-justa fica evidente após a insistência dos repórteres. "Estou torcendo para que meu companheiro jogue tudo que sabe. O Fenômeno é meu amigo. Mas vou até ser repetitivo: estou preparado para jogar", reforçou.

Não bastasse a crise do colega, o "Príncipe da Vila" substituiu o camisa 9 com o apoio do público, que soltava o grito de "Robinho". No momento da troca, ouviu-se muitas vaias ao titular no Estádio de Berlim.

"Estou tranqüilo com relação a isso. No jogo, claro, todos viram que ele não estava à vontade. Mas se o cara precisar de algo, todo mundo está à disposição", garantiu.

Nas estatísticas, a presença da revelação ganha ainda mais força. No histórico do quadrado mágico são nove jogos com o novato no posto do badalado centroavante. O saldo é de cinco vitórias, dois empates e duas derrotas, além do título da Copa das Confederações.

Até mesmo Adriano se manifestou – discretamente – pela nova experiência. "O Robinho entrou muito bem na partida, me deixou mais à vontade, porque passei a atuar mais perto da área. Ele sobe mais vezes para pegar a bola", admitiu.

O técnico Parreira também deu sinais que pode fazer a alteração, mas a médio prazo. "Os dois têm estilos diferentes, não dá para comparar. A competição dará parâmetros para saber quem será mais efetivo", garantiu.