Mesmo já classificado, o cavaleiro Rodrigo Pessoa desistiu da disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. O campeão olímpico em Atenas não concordou com as novas regras impostas pelo novo presidente da Confederação Brasileira de Hipismo, Maurício Manfredi. De Sun Bech, nos Estados Unidos, Pessoa deu entrevista por telefone ao Sportv News desta sexta-feira.
- Não é o formato certo para ganhar o Pan-Americano. Como sempre todo mundo reclama por vagas no Brasil. Então eu vou dar a minha vaga para algum outro brasileiro poder participar. Eu lamento muito porque é um campeonato importante em casa e temos poucas chances de competir em casa, mas infelizmente é essa a minha decisão.
A equipe de hipismo que vai disputar o Pan possui quatro vagas titulares e uma reserva, que seriam determinadas em concursos internacionais. Mas após a posse de Manfredi, foi estabelecido que três dessas vagas serão definidas em concursos realizados no Brasil. O dirigente se defendeu, alegando que a medida visa a impulsionar o hipismo no país.
- É perfeitamente possível que as seletivas sejam realizadas no país. Entendemos a posição de Rodrigo e Bernardo (Alves), que têm pontos a defender no ranking e que se viessem disputar a seletiva cairiam na classificação. Por isso os classificamos. Os outros podem vir disputar normalmente. O Rodrigo não tem porque pedir nenhuma mudança, porque ele está pré-classificado.
Pessoa, que nasceu em Paris, mas é naturalizado brasileiro, continuou irredutível quanto à decisão.
- Comigo não tem panelinha. Eu quero ir com os melhores competidores. Se os melhores são os brasileiros que estão morando na Europa, então é com esses que eu quero ir. Se são os brasileiros que estão morando no Brasil, então é com esses que eu quero ir. O que eu acho mais frustrante são os brasileiros que moram no Brasil chamar os que moram no exterior de estrangeiros. Infelizmente, na nossa profissão, para poder ter uma performance boa, temos que morar na Europa. Então vamos deixar ir ao Pan esses cavaleiros que estão no Brasil, que dizem que não têm chance. Dessa vez estaremos fora. Boa sorte para eles.