O julgamento dos 13 acusados de corrupção na arbitragem paranaense terminou na manhã desta terça-feira (11) com quatro culpados e uma nova denúncia. O árbitro Evandro Rogério Roman, um dos principais personagens do caso, afirmou que o Coritiba procurou um dos auxiliares da partida entre o clube da capital e o Londrina, que seria apitada por ele, pela semifinal do Campeonato Paranaense de 2003. O clube queria a ajuda dos homens de preto para levar o Alviverde à decisão da competição.

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Em depoimento no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR), Roman disse que o auxiliar gravou a conversa com este dirigente, intermediada pelo árbitro Carlos Jack Rodrigues Magno (suposto integrante da máfia do apito paranaense) e tem a fita guardada. A prova, no entanto, não foi apresentada no Tribunal.

O acusador não quis afirmar se o assistente procurado foi Altemar Roberto Domingues ou Vágner Vicentin, os dois profissionais indicados para trabalhar naquela partida, e nem mesmo quantificar a oferta que teria sido feita. O jogo, realizado no Couto Pereira, terminou empatado por 2 a 2 e levou o Coritiba à decisão, contra o Paranavaí. O Coxa levou a melhor na disputa com o ACP e conquistou o seu primeiro título estadual após quatro anos de jejum.

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Decisão

Após 17 horas de julgamento, a justiça determinou a expulsão do futebol do ex-dirigente do Foz do Iguaçu Genésio Camargo, o ex-dirigente do Marechal Cândido Rondon Gílson Pacheco, o árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, e o presidente do Conselho Deliberativo do Operário Sílvio Gubert.

Durante a sessão, diversas decisões deram empate, o que favoreceram os acusados. Os outros nove foram absolvidos pois o TJD considerou que não haviam provas suficientes. Eles são: Amorety da Cruz (ex-árbitro); Antônio Carvalho (vice-presidente da Comissão de Arbitragem); Antônio Salazar Moreno (árbitro); Carlos Jack Magno (árbitro); Fernando Homann (ex-presidente da Comissão de Arbitragem); Johelson Pissaia (diretor administrativo da FPF); Marcos Mafra (árbitro); Sandro da Rocha (árbitro) e Valdir de Souza (presidente da Comissão de Arbitragem).

Tentativa de agressão

Pouco antes do início da sessão, duas pessoas tentaram agredir Roman, no momento em que acusador e acusados se encontraram nos corredores da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Foi justamente neste cenário que o auditor Otacílio Sacerdote Filho, responsável pelo inquérito no mensalão do apito, evitou que Roman chegasse às vias de fato com dois rapazes (identificados como possíveis seguranças de um dos réus).

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Sacerdote Filho se apresentou no ato da ação, inibindo a dupla. "Eram leões de chácara que queriam intimidar uma das testemunhas cruciais do processo", disse ele. "Não houve briga, apenas uma ameaça. Falaram que iriam 'quebrar' o Evandro", completou.

O presidente do sindicato dos árbitros, Amoreti Carlos da Cruz, tem outra versão – e admite ter coagido Roman. "Tirei satisfação, sim. Mas sozinho. Queria ver se ele teria coragem de me acusar no cara a cara. Só que o rapaz ficou com medo e correu para se queixar com o doutor Otacílio", descreveu.

Passado o episódio, o TJD pediu reforço policial para dar continuidade aos julgamentos. Havia apenas três policiais militares no local. Chegaram então duas viaturas e mais nove homens armados ficaram plantados na ante-sala do Tribunal, fazendo a proteção de todas os dirigentes e árbitros arrolados no caso para prestar esclarecimento.