Spa-Francorchamps, Bélgica A última peça que faltava no quebra-cabeças foi encaixada ontem. Em comunicado da McLaren, Ron Dennis divulgou que foi ele mesmo quem informou à FIA de que havia novas provas contra a sua equipe. Foi essa informação que fez a entidade promover reunião do Conselho Mundial em Paris, que decidiu pela perda dos pontos do Mundial de Construtores pelo time inglês. "Soube das novas provas na manhã do GP da Hungria [5 de agosto] e liguei para a FIA", afirmou o chefe da McLaren.
A questão, porém, é saber porque Dennis entregaria sua equipe. Uma das possibilidades é a de que o dirigente quisesse negociar a redução da pena. Foi assim com os pilotos, que, em troca de revelar o que sabiam sobre o caso, tiveram imunidade garantida por Max Mosley, presidente da FIA.
Outra possibilidade é que Fernando Alonso tenha usado os e-mails que havia trocado com Pedro de la Rosa para tentar negociar sua saída do time. Desde o começo do ano o bicampeão reclama ter de dividir espaço com Lewis Hamilton, novato na categoria, mas protegido de Dennis há dez anos. E uma punição à McLaren poderia desobrigá-lo de cumprir seu contrato de mais dois anos. Sentindo-se ameaçado por Alonso, o dirigente teria resolvido se adiantar e ele mesmo falar à FIA o que sabia.
Em documento de 15 páginas, a federação fez novas revelações. A primeira é que a troca de e-mails entre Fernando Alonso e Pedro de la Rosa deixa claro que eles receberam informações confidenciais da Ferrari através de Mike Coughlan, projetista da McLaren e receptor dos dados de Nigel Stepney. "O senhor De la Rosa recebeu informações secretas da Ferrari de uma fonte que ele sabia que era ilegítima e disse que o propósito deste pedido era fazer testes no simulador. Estas informações foram compartilhadas com o senhor Alonso", informou o comunicado. Alonso, porém, questionou a importância que foi dada à troca de e-mails. "Não acho que isso tenha sido a razão da punição. Suponho que eles [FIA] tinham muito mais do que isso."
Outra descoberta foi de que o contato entre Stepney e Coughlan não se limitava ao dossiê de 780 páginas obtido na casa do projetista. Segundo dados da polícia italiana, entre 11 de março e 3 de julho, eles trocaram 288 mensagens de texto via celular e 35 ligações telefônicas.
Ontem, a McLaren dominou os treinos livres para o GP da Bélgica. Fernando Alonso foi o mais rápido, seguido por Lewis Hamilton, Felipe Massa e Kimi Raikkonen. Os piltos volta à pista hoje.
Na TV: Treino para GP da Bélgica, às 9 h, na RPC TV.
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