Quando Ronaldinho Gaúcho assinou com o time mexicano Querétaro em setembro, Olegario Vázquez Aldir, o novo dono do clube, ficou um passo mais perto de se tornar o próximo magnata da mídia no país.
Embora Ronaldinho, duas vezes Jogador do Ano da Fifa, já tenha passado do auge, ainda é um dos jogadores mais brilhantes que já atuaram no México, e contratá-lo por 2 milhões de dólares por ano foi uma grande jogada para Vázquez Aldir, que usa o futebol para ganhar terreno na elite mexicana.
Líder da segunda geração do Grupo Empresarial Angeles (GEA), que controla empresas de mídia, hotéis, empreiteiras e hospitais, Vázquez Aldir deve comprar pelo menos uma das duas novas redes de televisão que serão leiloadas em março.
Se o fizer, o empresário de 42 anos terá um novo veículo para moldar a opinião pública e fortalecer seu império comercial.
E como os times de futebol mexicanos vendem seus direitos de transmissão, Ronaldinho, de 34 anos, pode ajudar a atrair telespectadores e anunciantes para a nova rede e contribuir para que Vázquez Aldir capitalize o mercado de milhões de torcedores mexicanos fanáticos residentes nos Estados Unidos.
“Esta oportunidade não poderia ter sido melhor para nós”, disse Vázquez Aldir em uma coletiva de imprensa depois de comprar o Querétaro.
Ao adquirir o clube, Vázquez Aldir também aprimora seu perfil, juntando-se a figurões como Carlos Slim, bilionário das telecomunicações, Emilio Azcarraga, diretor-executivo da Televisa, e Ricardo Salinas, presidente da TV Azteca, cujos times de futebol reforçaram seus impérios midiáticos e sua influência política.
Depois de comprar o León e o Pachuca em 2012, Slim tirou suas partidas da TV aberta, um duopólio controlado pelas rivais Televisa e TV Azteca, e os distribuiu por seus canais de Internet, e ainda vendeu os eventos em pay-per-view para a Fox Sports no México e para a Telemundo nos Estados Unidos.
Vázquez Aldir, que se recusou a fazer declarações para esta matéria, deu poucos detalhes sobre seus planos para o Querétaro, mas uma fonte com conhecimento sobre a empresa afirmou que ele desejava comprar um clube de futebol desde antes de a divisão de mídia do GEA, o Grupo Imagen, obter sua primeira concessão para TV aberta em 2006. A empresa ainda possui o canal de notícias em pay-per-view Excelsior TV.
“A cultura da empresa sempre foi a de se tornar um dos maiores conglomerados de negócios do México”, declarou Maria Elena Meneses, que passou três anos no Grupo Imagen para observar a companhia para sua pesquisa de doutorado. “Acho que eles estão interessados na divisão de mídia porque ela lhes permite fazer lobby por seus interesses comerciais.”
Só duas empresas estão disputando o leilão, que é fruto da reforma dos mercados de telefonia e TV, dominados por Slim e Azcarraga, idealizado pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.
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