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"Foi uma falta frontal que a gente treinou exaustivamente du­­ran­te a semana a pedido do Geni­­nho (técnico atleticano na época). Bati, o Antônio Carlos desviou, o Fábio deu rebote e o Rafael Moura fez o gol". A descrição da jogada, feita pelo meia Netinho, parece corriqueira de um lance de gol qualquer, mas não é. Graças a esse lance, no dia 25 de outubro do ano passado, o Atlético venceu o Cruzeiro por 1 a 0, na Arena, e iniciou uma arrancada que significou a fuga do rebaixamento.

Na partida de sábado, novamente contra a Raposa e mais uma vez na Baixada, a situação na tabela é bem menos dramática, mas a necessidade de vitória é a mesma. Se em 2008 o Furacão estava em 18.º e poderia cair para a lanterna se perdesse para os mineiros, dessa vez um revés pode diminuir a diferença para a ZR de quatro para um ponto a duas rodadas do fim do Brasileiro.

Cenário que ninguém no clube deseja e, por isso, o triunfo da temporada passada serve de inspiração para um novo sucesso diante da equipe celeste. Afinal, há pouco mais de um ano, o Rubro-Negro vivia realidade mais drástica e conseguiu ganhar.

Naquele momento, onze jogadores estavam no departamento médico e o zagueiro Rafael Santos, que não vinha sendo utilizado, foi titular. Uma semana antes, na derrota para o Inter­nacional, o zagueiro Gustavo Araújo e o atacante Geílson também haviam sido chamados repentinamente.

"Nosso time tinha muitos jogadores machucados. Preci­samos de jogadores que não vi­­­nham jogando frenquentemente, mas todos conseguiram fazer bom trabalho para ficarmos com os três pontos", lembra o volante Valencia, um dos atletas do elenco atual que participou daquele confronto – os outros foram o meia Netinho, o volante Renan e o goleiro Galatto.

No entanto, a semana que antecedeu aquele jogo teve outros acontecimentos. O zagueiro Gustavo Caiche (campeão brasileiro em 2001) convocou uma reunião a pedido do técnico Geninho para dar uma chacoalhada no elenco. Mesmo sem jogar por lesão, Gustavo tinha moral, e cobrou especialmente que o meia Ferreira e o atacante Rafael Moura, desafetos fora de campo, se entendessem em campo.

"Naquele momento foi tudo em prol do Atlético. Se o grupo não estava bem unido e se havia jogador que não falava com outro, na hora do jogo esquecemos tudo isso", recorda Netinho.

No momento atual, certamente não será preciso tanta movimentação fora de campo para resolver os problemas do time. Em relação ao ano passado, as principais se­­melhanças são a luta contra a queda para a Segundona e o fato de enfrentar um adversário superior tecnicamente. Fa­­tores que os atleticanos já superaram uma vez.

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