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Nieto puxa os atleticanos para comemorar o gol junto com a torcida: “É o ponto da virada”, diz o argentino | Antônio Costa / Gazeta do Povo
Nieto puxa os atleticanos para comemorar o gol junto com a torcida: “É o ponto da virada”, diz o argentino| Foto: Antônio Costa / Gazeta do Povo

Lopes pede trégua à torcida

O resultado positivo deste domingo (2) devolveu, ao menos temporariamente, a paz entre a torcida e o time. Ao contrário das vaias e xingamentos que se tornaram recorrentes na Arena nas últimas rodadas, os torcedores não hesitaram em aplaudir e até mesmo soltar gritos de "olé" na parte final do jogo.

Só que essa paz temporária só veio depois dos gols de Nieto. Antes, porém, os jogadores foram vaiados em alguns momentos. Fato que não passou despercebido pelo técnico Antônio Lopes, que não poupou críticas às reações negativas da torcida.

"O pessoal atrás do banco gritando que eu era burro por ter colocado o Nieto para jogar, e ele fez os gols. Deu vontade de virar e falar para a galera ‘viu o que ele fez’. Mas não fiz isso. Deixa para vaiar e culpar quando não tivermos mais chances. Precisamos da nossa torcida", clamou o Delegado.

A crítica, porém, não parou por aí. Lopes quer ver mais gente nas arquibancadas para abafar o grito da torcida adversária e tornar a Arena em um verdadeira caldeirão para ajudar na recuperação do time. "Tem de vaiar a torcida deles. A nossa torcida não pode deixar a torcida deles se salientar. A torcida tem de ajudar, tem de encher mais a Arena. Os caras [jogadores] estão acreditando que podem sair dessa situação", seguiu o comandante atleticano.

Lopes ainda reprovou a atitude de um torcedor que atirou dois objetos em campo, no início do primeiro tempo, que acabaram acertando o meia colorado D’Alessandro. Imediatamente, o árbitro Paulo César Oliveira recolheu os objetos e deve acrescentar o ocorrido na súmula.

O torcedor que atirou os objetos foi identificado pelos seguranças do clube e retirado de campo na sequência. Mesmo assim não escapou de ser agredido por outros seguidores do Furacão, indignados com a atitude. Como o infrator foi identificado, e seguindo decisões anteriores, o Atlético não deve ser punido pelo STJD. (GR)

Opinião

Duas cabeças

Leonardo Bonassoli, repórter

A vitória do Atlético sobre o Internacional neste domingo teve dois personagens. O primeiro e mais óbvio foi Nieto. Ele está longe de ser o centroavante dos sonhos. Com os pés, suas jogadas foram um misto de riso e pena. Porém, de cabeça, fez a diferença. Depois do jogo, ele afirmou: "Esse foi nosso ponto de virada". Dele e do time.

O outro é Marcinho. Era cotado para entrar no 11 inicial. Por estar voltando de lesão, foi deixado para o segundo tempo e deu a assistência para o primeiro gol de Nieto e o passe para Edilson cruzar no segundo. Uma doce coincidência cerca o experiente meia-atacante: todas as vitórias atleticanas no Brasileirão tiveram ele em campo. É garçom e talismã.

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O nervosismo que pairava por toda a Baixada na tarde deste domingo (2) foi substituído por um sentimento de alívio após o apito final. Na base da raça e da entrega, sem nenhuma preocupação com técnica ou tática, o Atlético venceu o Inter­­nacional por 2 a 0, com dois gols do atacante Nieto.

O Rubro-Negro não sabia o que era vencer há três partidas no Bra­­sileiro e há cinco dentro de casa, ou 45 dias. Mas, apesar do triunfo, ainda permanece na zona do rebaixamento – está na 17.ª posição com 27 pontos, a apenas dois do Cru­­zeiro, que perdeu também neste domingo para o Grê­­mio por 2 a 0 – o time mineiro é o primeiro fora da região da degola.

A rodada foi boa para o Furacão, que viu também América-MG, Atlético-MG e Ceará empatarem, além da derrota do Avaí. E o próximo é justamente contra o time catarinense, concorrente direto, em Florianópolis.

O nome do jogo foi o argentino Nieto que, em duas ocasiões, tirou o grito de gol das arquibancadas. E, curiosamente, foram os primeiros tentos do atacante no Nacional, que pulou para 10 na temporada. É o vice-artilheiro atleticano – Paulo Baier tem 14 gols.

Os gols do argentino saíram após levantamentos na área, sua especialidade, fazendo valer os 1,90 m de altura.

"Meu forte é a bola aérea e foi importante fazer esses dois gols. Errei outros dois, mas vou seguir trabalhando para anotar mais", comentou o jogador, que finalizou cinco vezes ao gol e perdeu um feito no segundo tempo, quando esteve cara a cara com o goleiro Muriel. Nada mais Nieto.

Constantemente criticado pela torcida, o gringo não sabia o que era ser titular desde a sétima rodada no Nacional, quando o Atlético perdeu para o Fluminense, no dia 30 de junho. Uma cirurgia no tornozelo direito acabou por deixá-lo de fora do time por mais de dois meses.

A oportunidade de retornar havia sido desenhada pelo técnico Antônio Lopes durante a semana. Notícia recebida com alegria por Nieto, mesmo sabendo da pressão que enfrentaria na Arena. "Eu sabia que era uma responsabilidade muito grande, mas gosto desses momentos em que os homens precisam aparecer e dar a cara", disse.

A meta do jogador é seguir no time titular e marcar mais vezes. Pa­­ra ele, ontem foi o início da arrancada. "Jogamos bem, com alegria e acredito que esse é o ponto da virada", concluiu o argentino.

Na base do sacrifício

A situação delicada que o Atlético atravessa no Brasileiro implica que os jogadores se sacrifiquem para tentar tirar o time da zona do rebaixamento. Foi o caso do meia Marcinho, que mesmo não estando 100% fisicamente, entrou no intervalo na base da vontade.

Responsável pelo cruzamento que resultou no primeiro gol de Nieto, o armador disse que o sacrifício valeu a pena. "Eu não senti a dor, mas quando dava uma arrancada, o músculo segurava um pouco. Só que o momento é tão importante para o Atlético que eu precisava estar aqui. Eu e o [Antônio] Lopes arriscamos. E isso foi bom", comentou o jogador.

Marcinho também pediu que o time se entregue e não tenha medo de errar. "Com a bola temos que arriscar um pouco mais, agredir um pouco mais. Os grandes vencedores arriscam. E essa vitória dá mais confiança e tranquilidade para as outras partidas", fechou ele.

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