Como o segundo pior ataque do Brasileiro fez a torcida atleticana sofrer ontem na Arena. Foi furada de Pedro Oldoni, chute na orelha da bola de Júlio César, passes errados de Ferreira e Rafael Moura... Mas os deuses do futebol guardaram para o próprio He-Man, que entrou no segundo tempo, o lance decisivo: uma cabeçada improvável, aos 45 minutos, que deu a vitória por 1 a 0 sobre o Sport e manteve o time firme na luta contra o rebaixamento.
Porém os deuses não colaboraram no restante da rodada. Adversários diretos como Náutico, Vasco e Ipatinga ganharam, enquanto Portuguesa e Figueirense conseguiram difíceis empates fora de casa. O Furacão terminou o domingo fora da zona de rebaixamento. Mas a "tranqüilidade" tem data marcada para terminar: quarta-feira, no jogo atrasado entre Figueirense e Fluminense. Seja qual for o resultado, um deles ultrapassa o Rubro-Negro, que volta para a ZR.
E não é apenas isso que preocupa. O time jogou tão mal ontem que os próprios atleticanos admitiram ter sido um resultado injusto. "Temos de reconhecer que não foi um bom jogo, com um resultado excepcional. Possivelmente, não merecíamos ganhar. No segundo tempo não conseguimos criar nada. Foi muita força e luta, mas pouca técnica. Fomos premiados no final", admitiu o técnico Geninho.
Para ele, a ansiedade atrapalhou bastante. "Muitos jogadores têm bem mais a dar para a equipe, mas essa carga de pressão atrapalha. Tanto que a impressão é de que já estamos nos portando melhor fora do que em casa", disse Geninho, agradecendo a paciência e o apoio da torcida.
O cansaço do jogo de quinta-feira contra o Vasco, no Rio de Janeiro, foi outro fator lembrado pelo goleiro Vinícius. "Saíram todos muito exaustos de lá. Não tivemos nem tempo para treinar e já estávamos em campo de novo", lembrou o substituto do suspenso Galatto, que não decepcionou. Se o Atlético chegou ao fim da partida precisando de apenas um golzinho, foi por causa de pelo menos três defesas difíceis dele.
Do outro lado, Magrão pouco havia trabalhado até ser encoberto pela cabeçada de Rafael Moura, meio sem ângulo, após cobrança de escanteio de Netinho na segunda trave. Talvez um castigo pela falta de ambição do Sport nem sombra do time que conquistou a Copa do Brasil no primeiro semestre, que chega a oito partidas sem vencer no Brasileiro. Nos minutos finais, os pernambucanos passaram a tocar a bola se mostrando satisfeitos com o 0 a 0, praticamente sem ser incomodados.
Até que "Deus me iluminou e consegui fazer o gol." Palavras do He-Man, ilustrando bem o tom milagroso que teve a providencial vitória atleticana diante da degola.
Deixe sua opinião