Pela procura dos 600 ingressos destinados aos torcedores paranistas até o encerramento das vendas, ontem ao final da tarde, logo se vê que os tricolores das arquibancadas não estão muito – ou nada – interessados em acompanhar o clássico do Ecoestádio Janguito. Nem metade da cota foi vendida. O torcedor da Vila Capanema anda bem chateado com as notícias produzidas em seu reduto; os salários atrasados foram a afirmação final da péssima temporada que chega ao último capítulo diante do rival da Rebouças.

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Ponha-se no lugar de um torcedor paranista. Depois de todo o aborrecimento que teve durante o ano, gostaria de passar a régua vendo o vizinho espocando champanhe a suas custas? Acho que não. Melhor ficar em casa tomando uns sais. Foi isso que as vendas mirradas de ingressos traduziram.

E o jogo? Quis o destino que o último compromisso, saideira da temporada para Atlético e Paraná, fosse altamente decisivo. Decisivo para o Rubro-Negro. Para o Tricolor será uma brincadeira de gato e rato. Nada a perder. Vai tentar atrapalhar? Por supuesto. Tem mala do São Caetano – ou mesmo do Vitória? É possível.

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Mas o Atlético, virtualmente, tem mais time, já que ocupa a terceira posição, com 70 pontões e a um do acesso – um empate seria goleada, mesmo se 0 a 0. Sete degraus abaixo vemos o Paraná, com 51 – uma boa ideia do que fez durante o campeonato. Com poucos paranistas do Ecoestádio, deveremos ver um jogo relativamente tranquilo, com tensão e expectativa apenas no gramado, enquanto o placar se mantiver instável – um placar que coloque em risco a classificação do Rubro-Negro, diga-se.

E tem outra: o Atlético jogou a Série B com dinheiro no bolso de Série A. Não deveria sofrer tanto assim, até à última rodada, pra retomar seu posto na elite. Se acontecer de não subir hoje, continuará ao lado do Paraná e com bem menos caixa, mas ainda maior do que o Tricolor. O que é uma injustiça. Mas poucas coisas são justas no futebol além das chuteiras e luvas do goleiro.

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Deu pra ti / Baixo astral / Vou pra Porto Alegre / Tchau! – deve estar cantando Mano Menezes, afastado do comando da seleção brasileira ontem, o melhor emprego do país – muito melhor que a Presidência da República, vai por mim. Uma mamata. Viaja pelo mundo todo, trabalha só quando tem jogo da Seleção e tem os melhores jogadores brasileiros na mão. Além de não precisar falar nada sério em entrevistas – só balbuciar uma dúzia de palavras é o suficiente. Falta só José Maria "Maluf" Marín ir junto. E mais outros tantos. Não temos mesmo nada melhor para colocar lá na CBF? Será que o Tiririca topa? Pior que tá, não fica.

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