Os salários atrasados do Paraná viraram assunto após a derrota para o Atlético. Demonstrando muita raça na partida, apesar de ainda não terem recebido o pagamento de fevereiro e março, os tricolores resolveram desabafar após o clássico.
Até mesmo o técnico Marcelo Oliveira, em todas as respostas da sua entrevista coletiva, lembrava que era preciso avaliar os problemas extracampo do clube. O treinador, inclusive, recusou-se a falar sobre a falta de qualidade técnica do elenco.
"Não quero falar disso. Prefiro dizer que esse grupo é maravilhoso, tem muita dedicação em tudo que faz, apesar dos problemas que vive no dia a dia", afirmou Oliveira. "Não é porque eles (diretoria) falham que nós também vamos falhar. Estamos procurando fazer o nosso bem feito, mas se não deu, paciência...", disse o volante Chicão.
Além da falta de pontualidade nos pagamentos, outra queixa está no pouco apoio da direção. Na Arena, ontem, e no Recife, quarta-feira, nem o presidente Aquilino Romani e nem o vice Aramis Tissot estiveram presentes. O dirigente mais importante a acompanhar a delegação foi o diretor de futebol Guto de Mello.
"Estou exercendo minha função de treinar muito e preparar a equipe da melhor forma", reforçou Oliveira, sem querer escancarar mais um problema com a direção.
As dificuldades fora das quatro linhas já fazem a torcida tricolor prever problemas caso a situação prossiga na Série B. No fim de 2009 e em março desse ano, em protesto pelos atrasos, os atletas já paralisaram as atividades por um dia.
"Não há dúvida de que esse tipo de situação atrapalha. Falo por mim, não pelos outros. Estou totalmente focado no Paraná, mas a Série B é difícil e precisamos nos organizar", avisa Chicão.
Sem chance no Paranaense, o Paraná volta a campo quarta-feira, contra o Corinthians-PR, na Vila.
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