São Paulo (Folhapress) Pela primeira vez, o Brasil volta da Europa com duas medalhas de ouro em uma competição de peso de ginástica artística feminina.
O feito foi alcançado após Laís Souza vencer ontem o salto na sétima etapa da Copa do Mundo, em Stuttgart (Alemanha). Na véspera, a gaúcha Daiane dos Santos já havia dominado o solo.
Antes, as brasileiras só tinham obtido dois ouros no torneio na etapa do Rio, em 2004.
Para chegar à vitória, Laís superou a campeã mundial Oksana Chusovitina, que cometeu erros e ficou fora do pódio, completado pela polonesa Joanna Skowronska (9,175) e pela australiana Monette Russo (9,156).
Agora, a ginasta paulista, a mais jovem do país a ir ao pódio da Copa com 16 anos , detém dois ouros, assim como Daniele Hypólito, e amplia sua liderança no torneio. Ela ostenta agora, após sete etapas, sete medalhas.
"É um ótimo resultado. De quatro ouros em jogo, ganhamos dois. E a Laís, recém-saída de uma contusão, ainda ficou em quarto no solo, diz Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
A entidade e as atletas focam agora o Mundial de Melbourne (Austrália), que começa no próximo dia 21. E, segundo Laís, que já responde por 21% das 33 medalhas das brasileiras na Copa, ainda é necessário aprimorar as séries.
"Agora preciso trabalhar um salto novo para o Mundial, com maior grau de dificuldade. Tenho criar algo para dar uma mudada, disse Laís, que embolsou 1.300 euros (cerca de R$ 3.500) em prêmios.
E ela tem razão. Apesar de as avaliações variarem conforme o rigor da banca de árbitros, com o 9,237 de ontem, Laís teria ocupado somente o sétimo lugar nos Jogos de Atenas-04, onde o salto foi vencido pela romena Monica Rosu (9,656), e a oitava no Mundial de Anaheim-03, quando Chusovitina (9,481) faturou o ouro.
Nem os 9,450 de Daiane ontem bastariam para deixá-la no pódio do solo num dos torneios: ficaria em quarto no Mundial, quando sagrou-se campeã com 9,737, e em Atenas, que viu a romena Catalina Ponor tirar 9,750.
Bola da vez
O Brasil é a bola da vez na ginástica. A afirmação é da federação internacional, a FIG, que avalia que o país é o que mais evoluiu desde o último ciclo olímpico. "As vitórias de Daiane dos Santos, Laís Souza e Daniele Hypólito não são bons só para seus compatriotas. São para a ginástica no mundo, diz Philippe Silacci, gerente de comunicação da entidade.
Ele explica que os pódios nacionais incentivam países com pouca tradição a investirem no esporte. "Ao lado da Itália, o Brasil é o exemplo que usamos para divulgar a ginástica. Só precisa resgatar sua equipe de ginástica rítmica.
O elogio criou um impasse para a FIG, pois ela queria fazer a finassílima da Copa, em 2006, no Brasil, mas, como o país alegou não ter condição de bancar os R$ 3 milhões para realizar a competição, o torneio segue sem sede.
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