O lateral-esquerdo Adriano Chuva fez o gol que colocou o Santa Quitéria em vantagem na decisão contra o Trieste| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo
Pallylo, compositor do hino do Quitéria: reforço na cozinha e na arquibancada

Quem compareceu ao Estádio Mau­­rício Fruet no sábado para ver a primeira partida da final da Su­­burbana, viu um duelo de gigantes entre Santa Quitéria e Trieste. Casa cheia, jogo decisivo e uma intensa bateria de fogos comemorando a entrada dos times no gramado.

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Atrás de um dos gols, estava Mi­­chel Justus, o cozinheiro e músico do Quitéria, que teve participação especial na vitória do time da casa com seus dotes culinários – e é o compositor do hino do clube –, transformando-se no talismã na vitória so­­bre os triestinos.

Michel ou "Pallylo" – como gosta de ser chamado –, recebeu o convite do presidente do time da ca­­sa para fazer o almoço dos atletas horas antes da partida. Morador do bairro, além de fazer bicos como cozinheiro, Pallylo se vira como mú­­sico tocando samba e pagode na região. Neste ano participou de um concurso para "rei momo". Ficou em segundo lugar no carnaval curitibano. Pesava 160 quilos naquela época.

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A paixão pela música começou a despertar aos 4 anos de idade. Na casa vizinha onde morava havia um centro de umbanda. "Por lá faziam batucadas e eu ficava doido com o barulho e saia correndo até o local. A mãe de santo, toda de branco, pegava na minha mão e me levava correndo de volta para casa. Batia na porta e falava para a minha mãe que lá não era lugar de criança ficar sozinha", relembrou, aos risos.

Pallylo vem da terceira geração de família ligada ao clube. Seu avô, Fermino Justus, foi diretor do Vila Inah, time que fez fusão com o Ipê originando o Santa Quitéria no passado.

Com a bola rolando, o primeiro tempo do jogo foi parado e sem emoções, resumido em dois lances. Agar­­rado no alambrado, Pallylo colocou as mãos na cabeça quando viu Lean­­drinho, atacante triestino, pegar na veia um chute de fora da área que obrigou o goleiro Jonas a praticar uma defesa de mão trocada que há muito tempo não se via na Su­­bur­bana.

O Quitéria teve uma chance com Marlon, mas o arqueiro André estava bem colocado e segurou firme.

Na etapa final o clima de decisão esquentou e tornou-se emocionante, aos 28 minutos. Adriano Chuva cobrou falta com perfeição, Marlon atrapalhou o goleiro e a bola acabou entrando direto, morrendo no fundo do gol, 1 a 0.

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Pallylo comemorou o gol e, em­­polgado, cantou o refrão do hino do clube: "É amor que cresce, não sei ex­­plicar, encaixe perfeito de Ipê e Vila Inah. Santa Quitéria do meu coração verde amarelo és eterno campeão."

O gol sofrido desencadeou um verdadeiro bombardeio sobre a meta de Jonas. Foram 15 minutos de muita pressão. O time visitante ainda teve um gol anulado.

Os triestinos Geraldinho, Julia­ninho e Erivelton tentavam furar a muralha do Quitéria, mas não tiveram sucesso, parando no arqueiro, que estava em tarde inspirada.

Depois do apito final o trio de arbitragem teve de sair de campo escoltado pelo policiamento. Res­­taram muitas reclamações da comissão técnica e do time de Santa Felicidade.

A vitória do Quitéria em casa deixou as emoções reservadas para o próximo sábado no Fran­­cisco Muraro. Um empate garante o título ao Quitéria. Caso ocorra uma vitória do Trieste, haverá uma terceira partida, em local a ser definido.

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"Estamos um passo à frente, vencemos o primeiro duelo e vamos lá, em busca do título", concluiu o treinador Juninho.