A novela que começou na metade de 2011 está perto do fim. O Santos revelou na noite de ontem que recebeu duas propostas por Neymar e que aceitou vendê-lo. A escolha do clube contemplado caberia a Neymar, que se reuniu com sua família para tomar uma decisão que não havia sido divulgada até o fechamento desta edição. Uma das ofertas (28 milhões de euros) era do Barcelona, que negociou pessoalmente com a diretoria santista durante quase quatro horas a partir das 17 horas. A outra, melhor financeiramente, era do Real Madrid. A tendência era de que ele fechasse com o clube da Catalunha, pois já deixou claro que gostaria de defender a equipe ao lado de Messi.
O primeiro ato da jornada, que durou das 16 horas até quase as 17 horas, foi uma conversa entre o pai do craque e o presidente em exercício Odílio Rodrigues. Neymar da Silva Santos foi pedir ao dirigente que entrasse logo em acordo com o clube espanhol, dando sequência à estratégia combinada com a direção do Barcelona suas declarações na tarde da última quinta, cobrando uma definição do Santos, já eram parte do roteiro. O acordo de seu filho com o clube catalão está fechado há um bom tempo: contrato até 2018, com salário anual de 7 milhões de euros (R$ 18,5 milhões).
Depois que o pai de Neymar saiu da sala, entraram Raúl Sanllehí (diretor de futebol do Barcelona) e os agentes de jogadores André Cury e Marcos Malaquias. Com o bom andamento da conversa, foram chamados à sala os advogados dos dois clubes para tratarem da redação do contrato de transferência.
O acerto tinha ficado bem adiantado depois da reunião de quinta-feira na Vila Belmiro entre Sanllehí, Cury, Odílio Rodrigues e a advogada do Barcelona. O dirigente espanhol, que durante o dia havia cogitado a possibilidade de voltar para Barcelona como forma de pressionar o Santos a fazer o negócio agora (caso contrário o clube firmaria um pré-contrato com Neymar em janeiro e o levaria de graça depois da Copa do Mundo), saiu animado da conversa e resolveu ficar no Brasil até a operação ser concluída.
Apesar dos insistentes rumores de que o Real Madrid e outros clubes fariam ofertas superiores ao Santos, a cúpula do Barcelona sempre mostrou-se muito confiante, pelo simples motivo de que ouviu várias vezes de Neymar que só queria jogar no Camp Nou. Foi por isso que em novembro de 2011, depois de já ter até feitos exames em São Paulo sob a supervisão de um médico do Real Madrid, ele resolveu ficar no Santos.
Seu contrato foi refeito, com a validade reduzida de 2015 para 2014 e a divisão dos direitos de imagem passando a ser de 90% para ele e 10% para o clube (antes era de 70% e 30%).
A negociação entre Santos e Barcelona começou a esquentar de vez no último dia 10, quando Odílio Rodrigues se reuniu em Madri com cúpula do clube espanhol: o presidente Sandro Rosell, o vice Josep Maria Bartomeu e o diretor de futebol Raúl Sanllehí. Eles voltaram a conversar na Espanha dois dias depois, novamente em Madri, e Odílio voltou para o Brasil com uma proposta de 14 milhões de euros (R$ 37 milhões). Raúl Sanllehí veio ao Brasil cinco dias depois e se reuniu várias vezes com os santistas e com o pai do craque.
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