De fora indiscutível, o Santos conquistou ontem o bicampeonato paulista. Com um gol de Arouca que revelou durante a semana ter sonhado com o tento do título e outro de Neymar, em frango do goleiro Julio Cesar, o time santista fez 2 a 1 no Corinthians, na Vila Belmiro, e faturou o Estadual pela 19ª vez em sua história.
"O gol foi para a minha filha Valentina. Desde que ela nasceu em outubro que eu estava tentando marcar um gol. Ele veio na hora certa. Tive um ano complicado, repleto de lesões e agora fui abençoado com um gol em uma decisão. Tive boas passagens no Fluminense e no São Paulo, mas aqui no Santos já conquistei dois Paulistas e uma Copa do Brasil. Não tenho do que reclamar", disse Arouca.
A taça conquistada na primeira final de Paulistão na Vila Belmiro confirma a supremacia santista no regional neste século. Afinal, esta foi a quarta conquista em 11 anos, deixando para trás o Corinthians, que levantou o troféu em três oportunidades. Antes, o Santos havia sido campeão em 2006, 2007 e 2010. "Deus foi muito bom com a gente. Estou aqui há um ano e meio e já conquisto meu terceiro título", afirmou o capitão Edu Dracena.
O título mostrou ainda a força do elenco alvinegro. Com Elano e Neymar apagados e Ganso machucado, Arouca, Adriano e o setor defensivo de maneira geral conduziram o Peixe ao bicampeonato. Mesmo sem marcar, Elano terminou como artilheiro do Paulistão, com 11 gols, ao lado do corintiano Liedson.
Apesar do título, os laterais Jonathan e Léo deixaram o campo sentindo dores e podem desfalcar o Santos na quarta-feira, no Pacaembu, contra o Once Caldas, no jogo de volta das quartas de final Libertadores o Alvinegro venceu a primeira partida por 1 a 0. "Não pode ter muita festa, porque a gente tem que descansar. Só dá tempo de dar um beijo na esposa e voltar à concentração", ressaltou o técnico Muricy Ramalho, que com a conquista local encerrou uma sina que o perseguia desde a passagem bem-sucedida pelo São Paulo.
Tricampeão brasileiro pelo clube do Morumbi, o treinador amargou sete eliminações consecutivas em torneios mata-mata desde 2005. "Falam isso porque eu nunca ganhei a Libertadores. Não sou técnico de mata-mata ou de pontos corridos, sou técnico de futebol", disse ele, fiel ao seu estilo carrancudo. Mesmo em dia de festa. "Colaborei principalmente na parte de disciplina e dando confiança aos meus atletas. Se a pessoa não é correta, não dá para caminhar comigo, quando chego, deixo claro isso para os jogadores", afirmou.
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