São Paulo (Folhapress) O pivô do conflito é Robinho, mas Santos e CBF apontaram suas armas para o Real Madrid e o agente Wagner Ribeiro.
O clube da Vila Belmiro entregou ontem à Fifa um documento informando a tentativa do jogador de rescindir seu contrato unilateralmente apresentando uma carta de crédito emitida pelo time espanhol no valor de US$ 30 milhões (60% da multa).
A medida é um dos passos do clube para, em breve, acionar o Real na Fifa por assédio ao atleta.
Na outra ponta da investida, a entidade que comanda o futebol nacional emitiu comunicado em seu site oficial criticando Ribeiro, que cuida da carreira do jogador junto com Juan Figer, e afirmando que ele pode ser punido pela Fifa por seu procedimento.
Os santistas contrataram o advogado Marcos Motta, especialista nesses casos. Ele encaminhou à Fifa o comunicado enviado ontem pelo Santos à CBF com a informação de que não concorda com a tentativa do jogador de se desligar mediante o pagamento de 60% da multa e à renuncia em relação aos 40% dos direitos federativos a que teria direito. Essa é a segunda vez que o Santos notifica a Fifa. Na primeira, alegou que Robinho parou de treinar após, segundo a imprensa internacional, ser assediado pelo Real. Os dois comunicados servirão para argumentar a ação contra o Real. Os advogados santistas usarão também como prova o comunicado divulgado ontem no site oficial do Real Madrid, com a informação sobre o crédito bancário apresentado pelo clube.
A nota emitida pelo site da CBF ontem também será usada. Afirma que por orientar Robinho a não cumprir o contrato, Ribeiro pode ser punido pela Fifa.
O agente não comentou o comunicado. Afirmou que espera a CBF responder ao pedido de transferência feito hoje pelo Real. A resposta, negativa, deverá ser dada segunda. Ele se reunirá com os advogados para decidir se recorre à Fifa ou aciona a Justiça. Segundo Ribeiro, os espanhóis não pagarão os US$ 50 milhões. Ele diz que Robinho segue no Brasil até obter a liberação.
O novo impasse provocou uma mudança de postura na Espanha. Vanderlei Luxemburgo e a diretoria do Real Madrid adotaram a cautela sobre a transferência de Robinho para o time. Por meio de seu site oficial, o clube espanhol deixou claro que não considera o caso um negócio fechado. De Pequim, onde excursiona com a equipe, em treinos que reúnem 30 mil fãs, o treinador evitou as perguntas sobre o atacante. "Nada está fechado. Até que tudo não esteja 100%, não posso falar. Vamos deixar as coisas se encerrarem", disse Luxemburgo.
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