Nem parecia que o São Paulo precisava de uma vitória para assumir a liderança do Campeonato Brasileiro - e desta vez de forma definitiva. Com mais uma atuação sem nenhum brilho, em que se limitou a marcar e tentar acertar um chute salvador, o time paulista foi derrotado pelo Grêmio, por 1 a 0, na tarde deste domingo (11), no Estádio Olímpico.
Apesar da rodada perfeita, em que todos os rivais tropeçaram, o São Paulo perdeu a segunda posição para o Vasco, único dos ponteiros a pelo menos empatar. Agora é terceiro, com 41 pontos. O Grêmio, que já soma três vitórias seguidas, é agora o 12.º colocado, com 30 pontos, a 13 do líder Corinthians.
O São Paulo volta a campo no sábado, às 18h, para receber o Ceará no Morumbi. Não terá Dagoberto e Casemiro, suspensos pelo terceiro amarelo, mas pode promover a esperada estreia de Luis Fabiano. No mesmo dia e horário, o Grêmio visita o Vasco, no Rio.
O jogoAssim que a bola começou a rolar no Olímpico, o time do São Paulo ignorou a promessa feita por Adilson Batista na sua entrevista coletiva de sexta-feira, quando disse que a equipe tentaria não apenas vencer, mas convencer. Apesar do meio-campo ter dois jogadores da seleção brasileira - Casemiro e Cícero -, era na defesa e no ataque que o time confiava demais.
Acreditava que, por mais que o Grêmio pressionasse muito, a defesa seguraria o ataque adversário. E que, no ataque, Dagoberto e Lucas não precisam receber muitas bolas. Em uma ou duas oportunidades, poderiam decidir o jogo. No primeiro tempo, não foi isso que aconteceu.
Na defesa, a estratégia só deu certo porque André Lima gosta de se posicionar à frente da zaga. Aos 24 minutos, Marquinhos cruzou rasteiro, o centroavante furou na pequena área, mas a bola bateu na trave e entrou. O gol, porém, foi anulado, porque André Lima estava impedido. Em outro lance de perigo, ele atuou como zagueiro e salvou o São Paulo quase em cima da linha. Também estava em posição irregular.
No ataque, a bola chegou pouco para Dagoberto e Lucas. Na vez que os dois tiveram mais espaço, Dagoberto tentou driblar meio time do Grêmio, não tocou para seu companheiro, melhor posicionado, preferiu encobrir Victor e mandar muito para longe. Redimiu-se aos 39, dando ótima assistência para Cícero, que acabou travado por Edcarlos.
Depois do intervalo, não que o São Paulo tenha jogado de forma convincente, ou que tenha trabalhado a bola no meio campo - Rogério Ceni, por exemplo, invariavelmente repunha direto para o ataque -, mas é fato que os visitantes melhoraram. Aos 4 minutos Dagoberto arriscou de fora da área e Victor defendeu no cantinho.
Aos 18, o São Paulo balançou as redes com Casemiro, de cabeça, mas o lance já estava parado porque, antes, o volante havia empurrado Adilson. No lance seguinte, o gol valeu. Mas foi do Grêmio. Júlio César recebeu de Escudero, deixou Piris no chão e rolou para a chegada de Douglas, que chutou sem chances para Rogério Ceni.
A impressão foi que o gol que valeu foi do São Paulo. Nos minutos seguintes, o Grêmio se lançou ainda mais ao ataque, e os visitantes continuaram acanhados. Foi Celso Roth que primeiro colocou mais um atacante em campo (Miralles, no lugar de Marquinhos). Adilson trocou um volante por outro (tirou Casemiro um dos melhores são-paulinos em campo, e colocou Jean). Só depois optou por Willian José no lugar do apagadíssimo Cícero.
Nem o mais esperançoso torcedor são-paulino acreditou que o empate era possível, tamanha a apatia da equipe. O time jogava tão mal que precisou Rogério Ceni ir ao ataque, aos 35 minutos, para bater uma falta cruzando na área. Colocou na cabeça de João Filipe, que mandou por cima. Rivaldo só entrou em campo a dez minutos do fim, no lugar de Dagoberto. Foi tão insuficiente quanto o atacante que sonha com a seleção.
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