No dia em que completa 1 ano do rebaixamento à Segunda Divisão, o Coritiba ganha um presente de grego. O treinador Ruy Scarpino, que seria apresentado hoje com a nova comissão técnica e possivelmente dois reforços (o goleiro Marcelo Bonan e o zagueiro Ozéia), não vem mais para o Alto da Glória. Preferiu permanecer no Santo André. Agora o Alviverde corre para apresentar um técnico ainda hoje. Benazzi e Barbieri são fortes candidatos.
O Coritiba havia deixado a negociação com Scarpino certa na sexta-feira, quando o presidente Giovani Gionédis prometeu para esta segunda a chegada do técnico. O fim de semana serviria apenas para o treinador se desvincular do Ramalhão, com quem havia acertada a renovação por mais uma temporada.
Mas, na própria sexta-feira, a contratação começou a dar para trás. Desde aquele dia a diretoria coxa-branca não consegue contato com o novo comandante. Ontem, apesar de já cogitar a busca de outro profissional mais renomado, a cúpula alviverde ainda tinha esperança de manter a contratação.
Esperança encerrada ontem pelo próprio Scarpino, em entrevista ao site Futebol Interior. "Preferi o Santo André porque o clube quer um trabalho longo. Mas agradeço à diretoria do Coritiba, que entendeu meu projeto. Mas eles sabiam que a preferência era do Santo André", explicou.
A recusa do treinador é o segundo duro golpe na montagem do Coritiba para 2007 em menos de uma semana. Na segunda-feira, Gionédis havia anunciado a volta de Domingos Moro ao clube, para assumir a coordenação do departamento de futebol. Dois dias depois, o ex-dirigente coxa-branca disse que não aceitaria o convite, e a contratação do encarregado ficou para o próximo ano.
O revés fez com que Gionédis adiasse o anúncio oficial do novo treinador, mas não impediu o mesmo desfecho desastrado. No caso do técnico, entretanto, o Coxa não poderá esperar até o ano que vem. Há até a possibilidade de o clube investir em um profissional mais experiente e caro para orientar a equipe.
Sem um técnico, o Coritiba fica com a contratação de atletas emperrada. A maioria dos reforços deve sair de uma lista de 40 nomes elaborada pelo observador técnico Will Rodrigues. O olheiro assistiu a jogos das Séries A, B e C em busca de atletas desconhecidos, mas com potencial, seguindo a mesma fórmula adotada por ele na formação do Paraná.
Entre o elenco atual, pelo menos um jogador deve causar dor de cabeça ao clube. O meia Caio tem contrato até o fim do ano que vem, com salário de R$ 50 mil. O clube tem duas opções: se desfazer do meia, bancando a multa rescisória, ou arca com uma despesa de mais R$ 650 mil (incluindo o 13.º salário no cálculo, mas sem encargos trabalhistas), emperrando a intenção de estipular um teto salarial de R$ 30 mil.