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Magny Cours – Era o velho sorriso. Não aquele amarelado dos últimos tempos, em que vencer não ajudava muito. Era "aquele" sorriso. Dos velhos tempos, quando as vitórias resultavam em títulos, em novos recordes, em glória. Do alto do pódio de Magny-Cours, Michael Schumacher estampava seu velho sorriso.

Porque mais do que vencer o GP da França, 11.ª etapa do Mundial, ontem, o alemão provou um ponto. Ganhando na casa das arqui-rivais Renault e Michelin, deu a maior demonstração até agora do renascimento da Ferrari no Mundial. Ressurreição que começou em Silverstone, continuou em Montreal, transformou-se em vitória em Indianápolis e consolidou-se em Magny-Cours.

Resultado: Schumacher amealhou 36 pontos nas últimas quatro etapas, o que não acontecia desde 2004, ano de seu último título. E o mais importante: Alonso marcou 32. Segundo colocado ontem, o espanhol viu sua vantagem na liderança cair de 19 para 17 pontos, faltando agora sete etapas para o fim do campeonato. E já começa a ficar preocupado.

"Indianápolis foi uma corrida estranha, talvez tenhamos sido muito conservadores. Mas aqui simplesmente não fomos rápidos o bastante", declarou o espanhol. O pódio foi completado pelo outro ferrarista, Felipe Massa, que ontem teve papel fundamental na vitória do parceiro.

Segundo no grid, o brasileiro segurou Alonso atrás de si na largada enquanto Schumacher, o pole, disparou. Na primeira curva, o espanhol chegou a emparelhar com Massa, mas recolheu. "O Fernando tinha mais a perder. Pensou no campeonato e levantou o pé", falou Massa – o outro brasileiro, Rubens Barrichello, teve problemas no carro e abandonou.

Foi o único grande duelo da corrida. A partir daí, o GP tornou-se um jogo cerebral, com Ferrari e Renault tentando vencer com base nas estratégias de paradas nos boxes.

Schumacher e Massa fizeram três pits stops cada um. Alonso, apenas dois, o suficiente para ganhar a segunda posição do brasileiro, mas não para ameaçar a liderança do alemão.

Perfeição foi mesmo a tônica do dia do alemão: além de largar na pole e vencer, cravou a melhor volta. Foi a 22.ª vez que ele impôs domínio como esse. Foi, ainda, sua oitava vitória em Magny-Cours. Nunca, na história, um piloto venceu tanto num mesmo circuito. E foi o 88.º triunfo da carreira, o que deu margem a uma pergunta de um jornalista turco, no fim da entrevista coletiva. "Até onde você quer ir? Acha que é possível atingir as cem vitórias?"

Schumacher respondeu: "Você vai descobrir". E lançou aquele velho sorriso. Aquele.

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