Jair Cirino deixa o Couto Pereira: dirigente ficará marcado pelo rebaixamento à Série B em 2009, ano do centenário coxa-branca: “Sempre procurei ser o melhor possível”| Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
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Cansado da rotina, Tcheco vive dilema da "terceira idade"

A seis jogos do fim da temporada, o meia Tcheco vive o maior dilema de seus 15 anos de carreira. Aos 35 anos de idade, o curitibano ainda está indeciso sobre pendurar ou não as chuteiras após o dia 4 de dezembro, data do encerramento do Campeo­­nato Brasileiro – o "bota-fora" possivelmente seria em um Atletiba na Arena.

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Jair Cirino rompeu ontem, em carta aberta à torcida do Coritiba, o último elo que tinha com o clube dirigido por ele nos últimos quatro anos. Marcado por ser o presidente que levou o Alviverde à Segunda Divisão no ano do centenário, em 2009, se despediu antecipadamente, apesar de continuar no cargo até 10 de dezembro – data do novo pleito no Alto da Glória.

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"Apenas quis fazer um relato da minha atitude, do meu comportamento à frente do Coritiba, quando sempre procurei ser o melhor e mais transparente possível", explicou Cirino à Gazeta do Povo.

De fato, ele já havia deixado o comando há bem mais tempo: dois anos atrás, após o fatídico rebaixamento no dia 6 de dezembro. Execrado por parte da torcida, inclusive com ameaças telefônicas, ele trocou o papel de protagonista pelo de coadjuvante ao deixar o clube nas mãos do grupo liderado por Vilson Ribeiro de Andrade. A partir daí, limitou-se a cumprir papel institucional durante a retomada coritibana.

Agora, quer ser apenas um torcedor comum. "Eu disse ao futuro presidente [referindo-se a Andrade] que não queria ter mais vínculo ins­­titucional. Serei torcedor de arquibancada e conselheiro. Cumpri meu dever e mesmo nos momentos difíceis me mantive firme. Hoje navegamos sob céu de brigadeiro", comparou o dirigente, que iniciou a cruzada do clube contra as organizadas, banindo oficialmente a presença delas no Couto Pereira. "Fizemos a separação dos vândalos e dos torcedores. O verdadeiro coxa-branca nos apoiou", apontou.

Para Cirino, sua virtude à frente do Coritiba foi ser democrático, saber ouvir e evitar a centralização de poderes, distribuindo funções. Ele exalta as conquistas dentro de campo (três Paranaenses, uma Série B e um vice da Copa do Brasil), mas destaca a revolução interna como principal feito. "Mesmo que não houvesse a queda, o processo de profissionalização aconteceria e nos levaria aos bons resultados", garante Cirino, que não abriu mão do hoje elogiado Felipe Ximenes quando a cabeça do superintendente esteve a prêmio, um dos reflexos da má campanha de 2009.

O assunto rebaixamento é evitado ao máximo pelo dirigente – é apenas definido como "página virada". Cirino prefere falar dos 33 mil sócios e do novo centro de treinamento que será levantado em Campina Grande do Sul.

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Mais. Ele diz que o Coxa conseguiu recuperar a imagem arranhada. "Saio em alguns dias com o de­­ver cumprido. Tive bem mais alegrias do que tristezas. Atingir o re­­corde mundial de vitórias consecutivas é extraordinário", vibrou ele, que preferiu não avaliar a própria gestão, apesar de se mostrar consciente das falhas.

O maior erro? "Deixo para a crítica julgar."