Weggis, Suíça A seleção brasileira vai alterar a partir de hoje, às 14 horas (9 h de Brasília), drasticamente a rotina de um pacato vilarejo suíço um local acostumado apenas em recepcionar idosos que buscam temperaturas amenas no verão.
Espera-se, por exemplo, caos no trânsito. Com ruas estreitas (praticamente via única), Weggis não comporta um número excessivo de carros. Entre as medidas emergenciais, será fechada a avenida onde está localizado o hotel que irá abrigar a equipe de Carlos Alberto Parreira.
Perto da nova casa dos pentacampeões só poderão circular os automóveis cadastrados na Prefeitura. Durante toda a semana, o órgão encarregado pela recepção distribuiu selos de livre acesso para os moradores e jornalistas fixarem nos pára-brisas. Sem o adesivo, o veículo será renegado à garagem.
Desde ontem a polícia local se estabelecia em alguns pontos estratégicos para prevenir transtornos e garantir a privacidade dos atletas. Cogita-se que 40 homens farão a vigília no hotel e outros 40 no Estádio Thermoplan, o campo de treinamento. Tudo para afastar os ídolos dos torcedores e curiosos. "E ainda tem aqueles agentes à paisana", avisa um dos guardas. "É só apitar e vem um monte."
Mas só a presença de gente fardada (e com arma) por todo o balneário já seria motivo suficiente para mexer com os 4.001 moradores do município. Prova disso é que a delegacia funciona apenas às segundas, quartas e sextas (das 10 h ao meio-dia; e das 16 h às 18 h).
Quem quiser prestar queixa fora do expediente, basta relatar o problema em um papel deixado estrategicamente em frente à porta da sede policial. A ficha de preenchimento contém ainda espaço para o denunciante colocar seu telefone para o posterior retorno.
A estratégia de segurança, sobretudo no translado entre Zurique e Weggis, um percurso de 55 quilômetros, não foi divulgado oficialmente. "Não podemos dizer nada. Amanhã (hoje) todos poderão ver", avisa um agente, logo após uma reunião com outros colegas à beira da estrada na qual passará o ônibus da seleção.
A grande preocupação seria justamente evitar transtornos no contato do elenco e a torcida. De acordo com o administrador da CBF, Guilherme Ribeiro, o único fato auferido pela entidade seria as barreiras no trajeto próximo ao Park Hotel, o abrigo da seleção. "Teremos também, claro, batedores da polícia para abrir caminho durante o trajeto", fala.
Com relação ao desembarque impontual dos jogadores (pois alguns estão na Europa), o funcionário da Confederação não vê problemas. "O que eu posso garantir é que pela manhã chegará o pessoal de Milão (Adriano, Cafu, Dida e Kaká). Eles vêm de carro. E mais tarde o resto do grupo chega do Brasil."
O vôo da Varig abrirá uma exceção para a seleção brasileira. Ao invés de ir para Munique sem escalas, como faz de rotina, a companhia aérea irá agora de São Paulo ao Rio, depois deixa a delegação em Zurique. Só depois partirá para a Alemanha.
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