Antes mesmo do Pan, a ala Iziane constatou que o Brasil estava "sobrando" no basquete feminino dos Jogos de Guadalajara. Como a seleção brasileira, sem ela, foi campeã com folgas do Pré-Olímpico das Américas e os EUA, que dominam a modalidade, mandaram uma equipe muito fraca (terminou em sétimo) ao México, parecia que o ouro era questão de tempo. Nesta segunda-feira (24), a derrota para Porto Rico na semifinal mostrou que o caminho para o lugar mais alto do pódio passava também por mais atenção na defesa e menos precipitação no ataque.
"Nós não conseguimos defender bem hoje. Lógico que nossos erros ofensivos acabaram ajudando Porto Rico a ter mais posse de bola" disse o técnico Ênio Vecchi, depois do jogo, à TV Record. A equipe dele teve, no ataque, um aproveitamento pífio de 32% dos arremessos de quadra. "Não podemos tirar o mérito de Porto Rico, que fez uma grande partida. Em basquete é assim, tem dia que você está um pouco menos inspirado e um pouco mais ansioso", disse ele, lamentando a derrota por um ponto: 69 a 68.
Dentre todas as brasileiras, a que teve pior desempenho foi Palmira. Responsável por substituir Adrianinha - que joga na Espanha e não foi convocada -, a armadora não tentou nenhum arremesso de dois pontos durante os 20 minutos que ficou em quadra. Só arriscou de três, acertando apenas uma das nove tentativas. "São coisas que acontecem no jogo. A nossa defesa não funcionou tão bem. Não tem muita explicação. A gente errou e custou caro", disse Palmira, ainda com cara de choro, na saída da quadra.
Mas não foi só Palmira que foi mal. Outras estrelas da equipe não brilharam. Érika amargou um aproveitamento de 8% dos arremessos de quadra (acertou um em 12 tentativas). Já Iziane, mal na defesa, só teve a oportunidade de jogar por 13 minutos. Depois, amargou o banco. Em quadra, teve aproveitamento de 46%.
Com o fim do sonho de conquistar um ouro que não vinha desde 1991, o Brasil vai tentar conquistar pelo menos uma medalha de bronze. A disputa pelo terceiro lugar é nesta terça-feira, às 17h30 locais (20h30 pelo horário oficial brasileiro), contra quem perder de México e Colômbia, times que se enfrentam logo mais. "Tem que levantar a cabeça e brigar por uma medalha", lembrou Ênico Vecchi.
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