Até Luiz Felipe Scolari se rendeu. Depois de evitar temas políticos, o técnico da seleção brasileira comentou as manifestações populares que têm acontecido no Brasil desde quinta-feira (13) passada, com ápice nesta segunda-feira (17). Mesmo sem ser tão incisivo quanto David Luiz e Hulk, Felipão também apoiou os protestos nas ruas de inúmeras cidades do país.
"É comum e é normal em uma democracia que se aceitem demonstrações e essas situações sejam recebidas e percebidas pelo nosso governo. Que as manifestações continuem a ser pacíficas, democráticas e normais, que é o que nós queremos", disse o treinador, que, no entanto, considera limitado o alcance da influência da seleção.
"A seleção é do povo. Nós somos povo. Estamos tentando dar ao povo aquilo que eles mais querem, que a seleção vá crescendo, empolgando e possa representar o Brasil de acordo com os seus anseios no futebol. Outras áreas, não temos interferência nenhuma", disse.
Felipão negou que tenha proibido os jogadores se manifestar questões políticas. Afirmou, no entanto, que temas que fujam das quatro linhas exigem uma responsabilidade maior de quem der declarações a respeito.
"Meus jogadores têm total liberdade para opinar sobre qualquer assunto, desde que cada um assuma responsabilidade. Não proibimos nada, mas tem questões que são de interesse da seleção e para por ali", disse.
Time em evolução
Sobre o jogo com o México, às 16 horas desta quarta-feira (19), no Castelão, Scolari confirmou que repetirá o time da estreia contra o Japão. Ele vê o duelo contra os mexicanos como mais um passo no processo de crescimento da equipe para, na Copa do Mundo do ano que vem, estar no mesmo nível das principais seleções."Ganhamos dois jogos razoavelmente bem. Crescemos, demos um pulo tático, mas ainda faltam situações a serem trabalhadas para atingirmos um nível de total confiança", analisou.
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