Finalmente a CBF tomou uma decisão certa. Elegeu Luiz Felipe Scolari para treinar a seleção brasileira. Carlos Alberto Parreira será o coordenador técnico. Dois campeões do mundo em épocas diferentes, ambos com autoridade suficiente para comandar o time nacional na Copa das Confederações e no Mundial de 2014. Parreira, campeão em 1994, e Felipão, o último brasileiro a conquistar a Copa, em 2002.
Agradam ao colunista as escolhas do presidente Marín, paulista, torcedor e ex-jogador do São Paulo. Teve larga militância político-partidária e é o substituto de Ricardo Teixeira, figura que precisa ser apagada da história da entidade que presidiu por mais de vinte anos. Renunciou por ser flagrado pela Fifa em escandaloso caso de corrupção, muito rentável para ele e para o seu ex-sogro, João Havelange.
Andres Sanchez, cupincha de Ricardo Teixeira, caiu da direção de seleções e só deixou o cargo depois de manobrar para permanecer, mas percebeu que suas chances de sobrevivência chegaram ao estágio da nulidade. Alguns "teixeiristas", inclusive parentes, ainda sobrevivem e deveriam ser expurgados. O próprio ex-presidente da CBF ainda é remunerado, e muito bem, para morar em casa de luxo em Miami sem fazer nada pelo futebol brasileiro. Como agora, Ricardo Teixeira só pensou nele, e com certeza amealhou muito dinheiro.
Os clubes brasileiros estão em estado de penúria, com pouquíssimas exceções. A CBF nunca pensou e continua não pensando no estado financeiro dos filiados. As dívidas de grandes clubes do Rio, para exemplificar, são monstruosas e não seriam admitidas em países sérios. Porém, o Brasil é o paraíso da corrupção, situação chocante e deprimente. O mais grave é a acomodação do povo, conformado com a roubalheira pela reincidência de escândalos.
O Supremo Tribunal Federal ainda não concluiu o julgamento dos mensaleiros e outro esquema de imoralidade brota e se espalha nos intestinos do governo. Gente da cozinha da presidência da República que Dilma herdou de Lula. Até quando?
Uma obra que foi considerada a salvação do Nordeste (a transposição das águas do caudaloso Rio São Francisco) está paralisada há mais de dois anos. Boa parte do Nordeste continua padecendo com a falta de água. Não nos iludamos, muita gente encheu os bolsos de dinheiro público, "traidores dos brasileiros" é como se pode definir esses farsantes. O futebol é como a vida pública brasileira.
Absurdo
Recebo mensagem do taxista Samuel informando que a Escola Municipal Érico Veríssimo, local de matrícula de seus filhos, pegou fogo. Convocado pela população, esteve lá alguém da prefeitura de Curitiba. Instado a tomar uma atitude para reparar os danos, foi prosaico: "A prefeitura não tem dinheiro". Ato contínuo ouviu de um pai aflito com a situação: "Mas para a Copa do Mundo tem, e muito". A escola fica no Alto Boqueirão, um dos mais populosos bairros de Curitiba. Isso é o Brasil.
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