Ansioso, Jô se diz pronto para quebrar jejum no Maraca
Jô rola na cama e demora a pegar no sono. Parece até que voltou à época em que estreou no time profissional do Corinthians. Está tenso, sente o famoso friozinho na barriga e tenta controlar a ansiedade. Mas não tem jeito: a chance de ser titular da seleção contra a Colômbia, no Maracanã, mexe bastante com ele.
Com Adriano suspenso, Jô deve ganhar sua grande chance a vaga de titular, porém, também pode ficar com Pato. E o seu entrosamento com Robinho e Elano, com quem joga no Manchester City, é a sua maior arma para ter a preferência de Dunga. "Eu já sei como eles jogam", afirmou o atacante de 21 anos, que começou no Corinthians, passou pelo CSKA, da Rússia, e está agora na Inglaterra.
Em três jogos no Maracanã, Jô nunca fez gol. Pode acabar esse jejum em grande estilo. "Marcar seria o auge. Sonho com isso. E estou pronto", fala ele, que ainda não marcou pela seleção.
A classificação para a Copa de 2010, no final das contas, está encaminhada. Resta para a seleção brasileira buscar o fascínio perdido com o torcedor, hoje, às 21h50, no Maracanã, contra a Colômbia.
Bilheteria, audiência na tevê, desempenho em campo e índice de popularidade estão em baixa no time de Dunga.
Pelo segundo jogo seguido em pouco mais de 30 dias, sobram ingressos para uma partida da seleção no Rio situação inimaginável até o ano passado em jogos pelas Eliminatórias. A CBF não atualizou o último balanço, que apontava a venda de 26 mil ingressos para o duelo, cerca de um terço da carga total. Ontem, o movimento nas bilheterias era só razoável.
"Estamos no meio do mês, o salário já está acabando, e as pessoas têm muitas contas para pagar. Além disso, o Brasileiro está na reta final, e os torcedores podem estar guardando dinheiro para esses jogos", disse o zagueiro Juan, sobre os motivos que levam mais uma vez o carioca a mostrar pouco entusiasmo com a seleção, assim como já havia acontecido contra a Bolívia, no Engenhão.
No único treino no Maracanã para o jogo desta noite, não foi autorizada a presença da torcida, assim como havia acontecido contra os bolivianos. E nem aglomeração na porta do hotel ou do estádio havia para ver a seleção.
O torcedor da poltrona também não se empolga com o time de Dunga, o vice-líder das eliminatórias, que tem neste meio de semana a rodada que abre o returno.
Na vitória contra a Venezuela, o jogo registrou só 26,2 pontos no ibope na Grande São Paulo, o pior do time em jogos de Eliminatórias. Essa marca vem caindo de forma drástica. Foram 40 contra a Argentina, em junho, e 32 diante do Chile, no mês passado.
O Brasil também está numa série negativa histórica jogando em casa. O time empatou nas últimas duas vezes em que foi mandante, contra Argentina e Bolívia. Só uma vez, nas Eliminatórias para o Mundial de 2006, o time ficou dois jogos seguidos em casa sem vencer.
Também são dois jogos caseiros sem fazer gols, o que nunca antes havia acontecido. Tantas coisas ruins que transformam Dunga em "persona non grata" no Rio. Pesquisa da TNS Sports, empresa especializada em levantamentos esportivos, mostra que só 10% dos cariocas apontam o atual treinador como o preferido para a seleção, contra 31% de Vanderlei Luxemburgo e outros 26% de Luiz Felipe Scolari.
Dunga espera reverter esta e outras situações ruins para a seleção jogando em casa e, especialmente, no Maracanã.
"Temos que deixar uma imagem boa para o torcedor carioca. Será o último jogo aqui nas Eliminatórias", disse.
Após a partida, o Brasil só volta a campo pelas Eliminatórias, que classificam os quatro primeiros diretamente para o Mundial da África, em março do ano que vem, quando enfrentará Equador e Peru.
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No Rio de Janeiro
Brasil
Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Kléber; Gilberto Silva, Josué, Elano e Kaká; Robinho e Jô (Alexandre Pato). Técnico: Dunga.
Colômbia
Agustín Julio; Zúñiga, Yepes, Perea e Armero; Bedoya, Guarín, Fabián Vargas e Toja; Hernández e Rentería. Técnico: Eduardo Lara.
Estádio: Maracanã. Horário: 21h50 (de Brasília). Árbitro: Rubén Selman (Chile).
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