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Jogadores da Itália, uma das favoritas, após a eliminação de ontem para o surpreendente time de Cuba, próximo adversário do Brasil | Marcos Brindicci/ Reuters
Jogadores da Itália, uma das favoritas, após a eliminação de ontem para o surpreendente time de Cuba, próximo adversário do Brasil| Foto: Marcos Brindicci/ Reuters

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Parte técnica também preocupa

Agência Estado

Além de superar o nervosismo, a seleção brasileira sabe que terá de melhorar tecnicamente se quiser passar pelo jovem e potente time de Cuba na semifinal.

Após as vitórias apertadas sobre a Argentina – que havia perdido os 12 jogos na fase de classificação, e só joga as finais por ser a anfitri㠖 e a Sérvia – que deixou quatro de seus principais jogadores na Europa, se preparando exclusivamente para o Mundial –, o técnico Bernardinho e os atletas reconheceram os problemas.

"Se queremos ganhar esta Liga Mundial, temos de melhorar", sentencia o treinador. A opinião é compartilhada pelos jogadores. O levantador reserva Marlon, que teve papel de destaque no duelo contra os sérvios, faz coro. "A gente tem de melhorar, porque senão não vamos passar."

Alguns problemas já fi­caram claros para o grupo. Para Bernardinho, o Brasil não tem conseguido repetir nas partidas o desempenho dos treinos. "A diferença está nítida", afirma. Outra dificuldade é que o jogo do levantador Bruninho ainda não encaixou na Argentina. Mas ele tem recebido o apoio dos companheiros.

Apesar dos obstáculos, Bernardinho enxerga uma clara – e positiva – mudança na postura da equipe após a virada sobre a Sérvia. "Recuperamos a alegria de jogar", disse o treinador. Os atletas são unânimes em apontar o quarto set da partida, no qual o time buscou o empate pela segunda vez, como fundamental para a dose extra de motivação para ganhar o set de desempate.

Essa é a tônica geral das declarações para o jogo contra Cuba. "Alegria de jogar" e "superação" são as expressões mais repetidas entre os brasileiros. Dificuldade, pelo jeito, não faltará no duelo pela vaga na decisão.

O nervosismo tem sido o adversário mais complicado da seleção brasileira na fase final da Liga Mundial. A equipe joga hoje, às 17h30 (de Brasília), contra Cuba, pela semifinal, na Argentina. Ontem, os cubanos bateram a Itália por 3 sets a 0 (leia mais ao lado).

Uma forma de traduzir a instabilidade emocional dos brasileiros é na quantidade de erros não forçados. Após dois jogos, o time entregou 57 pontos. Aos argentinos, na estreia, quarta-feira, foram 27, três a menos do que contra os sérvios, na quinta.

"Enquanto de um lado da quadra você vê nossa equipe tensa, os adversários, do outro lado, estão dando risada, se divertindo’’, definiu o ponteiro Murilo, um dos mais experientes do grupo. "Eles já entram em quadra dizendo que não têm nada a perder contra nós’’, continuou.

Murilo foi um dos pontos mais sólidos no Brasil na dramática vitória sobre a Sérvia, que assegurou ao time o primeiro lugar no Grupo E. Ele anotou 13 pontos, sendo três de bloqueio, um dos fundamentos em que a seleção tem falhado mais na Argentina.

Coube a Murilo, que na ausência de Giba (machucado e voltando aos poucos) assumiu a braçadeira de capitão, também consolar o levantador Bruninho, em má fase. "Conversamos com ele à noite, no hotel. A gente costuma brincar com a expressão ‘levar um piano nas costas’. Ele não precisa carregar o piano sozinho. Temos de dividir as responsabilidades. Isso aqui é um grupo. Mas ele se cobra muito. Quando erra, perde a confiança. Assim, fica muito difícil de jogar", explicou.

O sentimento é sintomático. "Não estamos bem’’, reconheceu o ponteiro Dante, em entrevista por telefone. "Não somos máquinas, pode haver algumas partidas em que não vamos jogar tão bem’’, emendou.

Outro sintoma de que o Brasil esbarra em seu próprio nervosismo é o número de partidas levadas até o tie break (set de desempate) em toda a competição. De 14 jogos, cinco foram até a última parcial. Apenas duas vezes nas últimas oito edições da Liga o time chegou tantas vezes ao quinto set.

Coincidentemente, isso ocorreu nos dois campeonatos nos quais não triunfou. O primeiro, em 2002, quando perdeu a final para a Rússia, em Belo Horizonte. Seis anos mais tarde, novamente em casa, desta vez no Rio, quando Bernardinho amargou sua pior participação na Liga: quarto lugar. "As equipes vão se igualando. A diferença grande não existe mais", disse Dante.

A opinião de Murilo é diferente. Ele prefere apontar as falhas do Brasil a dar créditos ao nível técnico adversário. "Estamos errando mais que o normal, principalmente no saque e no ataque, em que sempre fomos bem."

Em 20 edições da Liga, o Brasil chegou a 15 semifinais. Ganhou 10 delas.

Ao vivo

Brasil x Cuba, às 17h30, no Sportv 2.

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