Seleções “privatizadas” duelam pela ponta

O encontro de hoje entre Brasil e República Dominicana, às 18 ho­­ras, em Mar del Plata, marca o duelo pela ponta do grupo A do Pré-Olímpico.

Opõe, também, dois modelos semelhantes de gestão de uma confederação. Tanto na Federação Domini­cana de Basquete (Fedom­bal) quanto na Confederação Bra­sileira de Basquete (CBB) uma empresa privada dá as cartas.

No país caribenho é a South­gate, que também gere a liga nacional de beisebol. No Brasil, é a Bru­noro Sports Business (BSB), do em­­presário José Carlos Brunoro, diretor de marketing da CBB e gerente da parceria Palmeiras/Parmalat nos anos 90.

Mas a relação de Brunoro com a Confederação é muito maior do que exige o cargo. "A gente [BSB] faz a gestão da Confederação junto com o Carlos Nunes", disse Marcelo Doria, presidente da BSB, citando o mandatário da CBB.

Foi Brunoro quem indicou o ex-jogador Vanderlei Mazzu­chi­ni para ser diretor de seleções masculinas. Em seguida, avaliou o nome do ar­­gentino Rubén Magnano para o comando do time que disputa este Pré-Olímpico. Procedi­mento idêntico ocorreu no feminino, com a também ex-jogadora Hor­tência alçada à condição de di­­re­tora do departamento.

Ao mesmo tempo em que atua no departamento técnico, a BSB opera na parte estrutural da entidade. "Reformamos a Confede­ra­ção inteirinha. Abrimos um espaço lá para a área técnica, porque, em capital hu­­mano, esse departamento cresceu 300%", adicionou. O faturamento da Confederação em 2010 foi de aproximadamente R$ 16 milhões.

Desse montante, disse Doria, 40% saem da Lei Piva e de convênios com o Ministério do Esporte. Mais 25% foram captados via Lei de Incentivo do governo federal. O restante vem de patrocínios. O ba­­lanço anual da entidade não revela quanto a BSB recebe. "O valor do contrato é variável. De acordo com o desempenho da BSB, assumimos o risco", resumiu Doria.

O vínculo entre a empresa e a CBB vai até 2014, último ano de mandato de Nunes, mas já há planejamento estratégico até os Jogos de 2020, ainda sem sede definida.

Ontem a República Domini­ca­na perdeu por 73 a 72 para o Ca­­na­dá, facilitando a tarefa brasileira de ficar em primeiro no grupo e escapar do cruzamento com a Argen­tina – provável primeira colocada da outra chave – na semifinal

Ao vivo

Brasil x Rep. Dominicana, às 18 horas, no Bandsports, ESPN Brasil e SporTV.