A crise alviverde atingiu seu ápice. O que era para ser um protesto pacífico contra a falta de vitórias do Coritiba na Série B transformou o setor de desembarque do Aeroporto Afonso Pena numa praça de guerra ontem pela manhã. No capítulo mais violento da quase centenária história do Coxa, jogadores e torcida trocaram a razão por socos e pontapés para resolver suas diferenças. Sobrou até para os passageiros mais distraídos, atônitos e sem reação perante as cenas de selvageria.
A nova onda de indignação dos torcedores começou na madrugada de ontem, após a derrota do time para o Ceará, em Fortaleza, por 2 a 0. A oitava partida sem vitória da equipe, cujo aproveitamento de 22% (seis pontos) no returno é o pior entre os 20 clubes da Segundona, inflamou ainda mais a Império Alviverde, principal organizada ligada ao Coritiba e idealizadora da manifestação.
"Viemos aqui para cobrar vontade do elenco. Queremos saber o motivo de alguns jogadores estarem fazendo corpo mole, andando em campo. Pacificamente, protestaremos contra a presença do Jackson, do Paulo Miranda, do Cristian e do Edu Salles no time", dizia o presidente da uniformizada, Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, momentos antes do desembarque da delegação.
Da conversa, passando pelos xingamentos até chegar à agressão física foi um pulo. Recepcionados pelos gritos de "Time covarde" e "A, e, i, quero ver sair daí" fora alguns palavrões direcionados especialmente ao meia Jackson , o elenco logo foi acuado pelos cerca de 40 torcedores. Mas foi a troca de empurrões entre o zagueiro e capitão Índio com um coxa-branca mais exaltado o estopim para a briga generalizada. Jefferson, Cristian e Ricardinho também desafiaram a fúria da arquibancada. "A partir do momento em que o Índio acertou o primeiro soco, não deu mais para controlar a galera", tentou justificar Papagaio.
Cestas de lixo se transformaram em armas nas mãos de atletas e torcedores, que por três minutos fizeram do Afonso Pena um ringue. Em minoria, os dois policiais militares e os quatro seguranças particulares contratados pelo Coritiba ficaram reféns da violência. "Não tinha o que fazer. Lá dentro um grupo de três ou quatro jogadores já falava que não iria se acovardar, e que se precisasse partiram para a briga. Perdemos o controle", comentou um dos seguranças, que pediu para não ser identificado.
A revolta só foi controlada quando os atletas voltaram para a sala de desembarque. Escoltados por duas viaturas da Polícia Militar até o Couto Pereira, alguns jogadores tiveram de agüentar novos xingamentos no momento em que saiam do estádio. Dessa vez pacificamente.
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