Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, falou sobre o fortalecimento no elenco para buscar uma reação no Brasileiro já pensando em deixar bons frutos para a próxima temporada. Também comentou bastante sobre a novela da conclusão da Arena para a Copa de 2014. O mandatário rubro-negro admitiu estar insatisfeito com a indefinição envolvendo o estádio, mas voltou a dizer que não fará loucuras. Promete cobrar qualquer despesa além dos R$ 30 milhões orçados para terminar a praça esportiva fora das exigências da Fifa. Quando a Baixada estiver fechada, Malucelli diz que a única alternativa será mandar as partidas no Couto Pereira, mesmo que isso dependa de uma força da CBF.Como está o andamento das negociações para a conclusão da Arena para a Copa? O que falta?
Falta dinheiro. Uma obra de R$ 150 milhões precisa de dinheiro. O Atlético não vai pôr esse dinheiro e sem ele não tem obra. O Atlético vai dentro da sua capacidade de endividamento, que é o término da Arena de acordo com as nossas necessidades. Para as necessidades da Copa, se não houver recursos de fora do Atlético, não haverá Copa.
O presidente do BNDES já teria dito que aceitaria a garantia do potencial construtivo...
Fizemos uma consulta ao BNDES e não houve resposta.
O Atlético está tentando se preservar para não parecer que quer dinheiro público para terminar o estádio?
Não é o recurso público que estamos atrás. Estamos atrás da solução e quem tem de dar a solução é o governo do estado e a prefeitura. A Copa é de Curitiba, não do Atlético. O Atlético está cedendo o seu estádio. Se para as realizações dos jogos é preciso que a conclusão da Arena se dê de outra forma, com outro projeto, não pode ser justo que o Atlético tenha de arcar com esse ônus.
A negociação está se encaminhando como o senhor gostaria?
Não, eu gostaria de já estar com tudo definido naquele prazo de junho e que estivéssemos construindo. Não sei até quando poderemos ficar aguardando que se tenha uma confirmação. Porque, ainda que se confirme a origem destes recursos, para que tenha início a obra, vai demandar mais um tempo. Esses empréstimos do BNDES e BRDE não saem de um dia para outro. Vai demandar quem sabe quatro ou cinco meses. Nisso, chegamos ao final do ano. Teremos 2011 e 2012 pela frente, porque em junho de 2013 teremos a Copa das Confederações e os estádios têm de estar prontos em dezembro de 2012. As obras que precisam ser feitas na Arena podem ser concluídas tranquilamente no prazo de dois anos. Nós estamos dentro do prazo, mas estamos no limite. Deveríamos estar em estágio muito mais avançado.
O Atlético precisa mesmo sair do seu estádio nestes dois anos?
Se nós atendermos as exigências da Fifa, teremos de sair do estádio porque será necessário trocar algumas colunas da Arena. Isto vai demandar uma destruição grande. Além disso, temos de fazer aquelas áreas de fuga nas esquinas do gramado, como já tem na Brasílio Itiberê. Isso vai implicar em atravessar as cadeiras que temos hoje nas bandeiras de escanteio. Esta saída vai implicar avançar para a rua. Vamos encontrar casas de um lado, prédios de outro, que vão precisar ser desapropriados pelo poder público. Demora. Nós não temos até agora nem um decreto desapropriatório sequer.
E onde o Atlético iria jogar? Existe a possibilidade de ir para o Pinheirão, se o Coxa não liberar o seu estádio?
Existe, o Pinheirão está aí. Agora quem vai pôr lá R$ 20 milhões para deixar o Pinheirão em ordem? Nós não. A Federação, muito menos. Aqui em Curitiba o único estádio que comporta o nosso número de associados e torcedores é o do Coritiba. Agora, isso de o Coritiba deixar ou não, é bobagem. Porque se a CBF requisita, acabou, o Coritiba tem de ceder o estádio e não há o que fazer. É uma questão de ordem pública, de interesse público, de interesse da própria cidade, da CBF. Embora eu acredite não precisarmos chegar a isso porque o relacionamento com a diretoria do Coritiba é muito bom. Há pouco tempo um dos diretores me disse "Olha, se vocês precisarem, nós estamos à disposição..." Eu não vejo que haja necessidade, mas se houver, a CBF está aí, com o seu poder, para colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Como é feita a conta do dinheiro necessário?
O orçamento que foi para a Fifa era de R$138 milhões. Mas há cerca de 30 dias o Ippuc passou para o Atlético os encargos dos projetos, orçados em R$ 12 milhões, mais o custo do desvio do Rio Água Verde, orçado em R$ 3,2 milhões. Por isso que o Atlético disse que esse custo já estava em R$153 milhões. Agora, nós temos de computar aquilo que o Atlético terá de prejuízo. É o sócio que vai deixar de pagar, é a publicidade que vamos deixar de ter, é o aluguel que nós vamos pagar para sair daqui, a mudança... Se for um outro estádio que não o do Coritiba, vai ter de haver investimento.
E existe um valor estimado para todo este prejuízo?
Existe um prejuízo estimado em torno de R$ 30 a R$ 40 milhões. O que fará com que o custo chegue a aproximadamente R$200 milhões. É muito dinheiro para um clube de futebol. Além disso, não tem obra que inicie com um custo e termine com o mesmo valor e não tem obra que se inicie com um prazo e termine no prazo marcado. É bem possível que sofra um aumento considerável e chegue sabe-se lá a quanto no final.
O que o Atlético espera de aporte financeiro é os R$150 milhões ou os R$ 200 milhões?
É tudo que exceda os R$ 30 milhões que orçamos para a conclusão da Arena para as nossas necessidades.
Se você fosse o presidente quando foi lançada a candidatura, você disponibilizaria a Arena?
Sem recursos como é hoje? Não, não colocaria á disposição a Arena. Com recursos do clube, não. Até fomos procurados por vários investidores, mas eles querem os recebíveis do clube, querem explorar o estádio por 30, 40 anos. Não nos interessa.
Qual o principal desafio hoje?
Na parte patrimonial, eu gostaria de concluir a Arena. Independentemente de Copa, o meu sonho é entregar o estádio pronto. No tocante ao futebol, é fazermos um bom campeonato. Em seguida, ganharmos o Estadual e irmos para a Copa do Brasil para sermos campeões. Esta é uma meta que eu espero alcançar, entregando o clube no fim de 2011 classificado para a Libertadores.
Como foi feita a reformulação do elenco?
Foi uma coisa planejada e feita a partir do momento que pudéssemos arcar com o ônus de trazer jogadores novos, que nos custaram valores significativos. Estamos cumprindo aquilo que foi dito: quando conseguíssemos arrumar a parte financeira do clube, iríamos partir para as contratações. A expectativa agora é de crescimento do time.
A ideia é manter o grupo para 2011?
Sim. Aqueles que não compramos os direitos federativos, aqueles que nós emprestamos, todos eles têm a opção de, em dezembro, a critério exclusivo do Atlético, fazer então um contrato definitivo por três anos.
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