Mano Menezes recebeu apoio do torcedor, mas ainda assim ressaltou a forte defesa chinesa| Foto: Mowa Press

Hulk ofusca Neymar e ganha vaga no time

Por onde a seleção brasileira passa, Neymar é o alvo preferido dos fãs, atraindo flashes e gritos histéricos. No Recife tem sido diferente. Hulk teve seu nome gritado no treinamento de ontem, no Arruda. Um coro reforçado pelos seus familiares, que moram em Campina Grande (PB), a 120 quilômetros da capital pernambucana. Como prêmio, o atacante, autor do gol da vitória sobre a África do Sul, deve receber uma chance de sair jogando diante dos chineses.

Mano Menezes treinou, ontem, com Hulk no lugar de Leandro Damião. Mas não foi uma simples mudança de atacantes. A entrada do autor do único gol contra a África do Sul alterou a função tática dos jogadores do sistema ofensivo. Neymar foi deslocado para ser a referência do ataque, posicionado ao centro e à frente de uma linha formada por Hulk, pela direita, Oscar, pelo meio, e Lucas, pela esquerda.

"Creio que a torcida pernambucana vai nos apoiar. E tenho certeza de que vamos jogar um bom futebol e fazer a festa", disse Hulk.

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"Amor, carinho e respeito se conquista. E a gente conquista isso com boas atuações. Estamos sem credibilidade, e somos responsáveis por isso."

Daniel Alves, lateral da seleção brasileira.

Se o apoio da torcida é o que está faltando para a seleção brasileira jogar um bom futebol, então vai ter espetáculo hoje, às 22 horas, no Recife, no amistoso contra a seleção da China. Desde a madrugada de sábado, quando puseram os pés na capital pernambucana, os jogadores e mesmo o técnico Mano Menezes têm sido tratados pelos torcedores com o carinho que tanto pediram nos últimos dias. Portanto, pela própria lógica dos protagonistas, vai ser difícil arranjar uma desculpa convincente caso falte futebol na partida no estádio do Arruda.

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Um exemplo do entusiasmo da torcida foi dado ontem, no treino realizado na casa do Santa Cruz, com os portões abertos. Quando os jogadores entraram em campo, foram recebidos com gritos e aplausos – a maioria dos cerca de 10 mil torcedores se pôs de pé para aplaudir os atletas e a histeria aumentou quando foram saudados por eles.

O único problema é que o Arruda corre risco de não receber grande público. Até o fim da tarde de ontem, apenas 9.800 dos 55 mil ingressos disponíveis haviam sido vendidos. O fato de o jogo ser disputado na noite de uma segunda, os preços dos bilhetes (entre R$ 30 e R$ 250) e de certa maneira a descrença na equipe foram apontados como fatores que andam afugentando os torcedores. Mesmo com tudo a favor, Mano Menezes e os jogadores já tratam de prevenir para o caso de o futebol da seleção continuar escondido. A expectativa é de que a China monte uma retranca ainda maior do que a feita, no entender dos brasileiros, pela África do Sul. Citam como exemplo os jogos dos chineses contra a Espanha e a Suécia, quando perderam apenas por 1 a 0 - há 25 dias, o Brasil fez 3 a 0 nos suecos. "A Espanha tem uma das melhores seleções do mundo, indiscutivelmente, e teve dificuldade. Só fez o gol no final da partida. A Suécia também teve problemas", lembrou o técnico.

O lateral-direito Daniel Alves, um dos mais experientes jogadores da seleção brasileira, admitiu ontem que o time nacional está "sem credibilidade". "E somos os responsáveis por isso", declarou. "Mas vamos reconquistar isso com boas atuações", prosseguiu.

O lateral pediu apoio da torcida para o jogo contra a China, uma "ação positiva que leve o grupo a dar uma resposta positiva em campo". Também defendeu o jovem grupo brasileiro, especialmente Neymar. Para isso, citou Messi, seu companheiro de Barcelona.

"Quando o Messi passou a receber mais carinho, ele passou a jogar na seleção o mesmo futebol que joga no Barcelona", comentou. "Goste ou não goste, eles [os garotos] são o futuro da seleção. Os nossos principais jogadores estão aqui", concluiu.

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