A crise econômica mundial atrapalhou os planos do Atlético neste começo de temporada. Com os times do exterior sendo obrigados a diminuir o investimento, o mercado interno se aqueceu. Aumentou a quantidade de opções.
A lei da oferta e da procura, contudo, teve efeito contrário. Impossibilitados de mandar seus atletas para fora do país, os empresários passaram a buscar bons contratos com clubes brasileiros. Ou seja, contratar ficou mais caro. "Oferta tem a cada minuto. Alguns eu nem conheço, outros pensava que já tinham encerrado a carreira. O problema é que os salários estão muito altos. Ainda não atingimos o mesmo patamar financeiro de equipes do eixo Rio-São Paulo. Não podemos competir", explica o presidente do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro, Marcos Malucelli.
Pensando no equilíbrio financeiro, o Furacão perdeu as suas duas principais apostas para reforçar o ataque. O técnico Geninho pediu a contratação de Felipe, artilheiro do Náutico no Campeonato Brasileiro com 13 gols. O atacante, contudo, queria receber um salário de R$ 80 mil, além de exigir luvas (espécie de adicional) de R$ 700 mil no momento da assinatura do contrato. Foi parar no Goiás.
Outra alternativa seria a aquisição de Jônas, principal referência ofensiva da Portuguesa, onde atuou emprestado no ano passado e marcou dez gols no Nacional. Além do salário, pesou também neste caso a opção do técnico Celso Roth, que quer observá-lo durante a pré-temporada do Grêmio, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
"Hoje não temos nenhuma carência tão grande. Em março, as possibilidades serão maiores. Haverá muito jogador bom desempregado. Quem está pedindo R$ 70 mil, R$ 80 mil agora, vai acertar por R$ 30 mil, R$ 40 mil", diz Geninho.
Respaldado pela política "pés no chão", a diretoria rubro-negra estuda antecipar o fim do ciclo de contratações. Até o momento, os atacantes Lima e Jorge Preá são as únicas "caras novas" na Baixada o clube ainda negocia com mais um centroavante. A negociação, porém, segue indefinida. "Estou otimista. Estou aguardando um telefonema. Espero até o fim de semana definir tudo", explica Malucelli. "Mas caso não dê certo, o grupo, por ora, estará fechado. Mantivemos a base e tenho certeza de que somos o melhor time de Curitiba. Time para ser campeão paranaense", acrescenta, negando o interesse em Petkovic (ex-Atlético-MG), Wanderley e Weldon, ambos do Cruzeiro.
A aposta, então, passa a ser em Rafael Moura, Pedro Oldoni, Lima e Preá. "Se for para dar a vida, estou aí", resume Preá, apresentado oficialmente ontem no CT do Caju.
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