Classificados às quartas de final do Paranaense, FC Cascavel, Cianorte, Londrina, Operário e Rio Branco estudam como minimizar o impacto da paralisação do campeonato. Os jogos do mata-mata, que começariam a ser disputados neste fim de semana, foram suspensos por tempo indeterminado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) por causa da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o presidente do conselho gestor do Fantasma, Álvaro Góes, é evidente que as equipes menores vão sofrer mais com a parada. "Os times do interior vivem de renda, vendas de bilhetes. Não tendo campeonato, como que se sustentam esses jogadores lá?", questiona o dirigente.
"As empresas que tiverem dificuldade vão pedir para parar seu patrocínio, pedir uma prorrogação. O próprio sócio-torcedor talvez deixe de pagar, pode perder o emprego por causa dessa situação. Vamos ter problemas, mas precisamos administrar isso", completa Álvaro, que garante que o Operário está estruturado para aguentar até três meses sem maiores problemas, já que conta com calendário, diversos patrocinadores e verba de televisão da Série B.
Adversário do Fantasma no mata-mata, por outro lado, o Cianorte não tem outra disputa na temporada além do Paranaense. Assim, a diretoria do Leão do Vale do Ivaí vai analisar os próximos passos somente depois de definir como proceder com as orientações aos atletas.
Por enquanto, não há previsão para o retorno à normalidade.
"Não estamos pensando na parte financeira ainda, mas cada mês aberto custa mais de R$ 200 mil ao clube", resume o presidente Lucas Franzato, que defendia partidas com portões fechados enquanto não houvesse casos em atletas.
O grande problema para os clubes que não têm calendário para o segundo semestre é em relação aos contratos do elenco. A maior parte vai até o início de abril, para quando o término do Estadual estava programado.
O presidente do Rio Branco, Itamar Bill, por sua vez, já tomou medidas drásticas. Desligou antecipadamente o contrato da comissão técnica, incluindo o treinador Tcheco, e de todo o elenco.
O presidente do FC Cascavel, Valdinei Silva, mantém a opinião dos demais dirigentes. "Clube de futebol depende de patrocínios, bilheterias, venda de souvenirs…Essa situação é nova, onde tudo está parando, as receitas tendem a reduzir, até aqui temos a situação sob controle. Vamos aguardar a evolução dos fatos para irmos adaptando a realidade do clube e nova realidade do mercado", analisou.
A reportagem tentou contato, sem sucesso, com o presidente da FPF, Hélio Cury. O dirigente está no Rio de Janeiro nesta terça-feira (17), participando de congresso da CBF. Representantes do Londrina também não responderam aos questionamentos até o momento da publicação.