Nem me lembro qual o último meio de semana sem que Coritiba, Atlético e Paraná entrassem em campo. Uma folga bem-vinda para dar aos jogadores um período digno de treinamentos e a quem acompanha ou trabalha com futebol, alguns dias em que é possível viver longe da órbita de uma bola. A esperança de que essa paradinha resolva os problemas dos clubes é natural. Como também será natural que ela se desfaça à medida que a bola recomeçar a rolar.
O Paraná será o primeiro em campo. É também o que traz maior novidade, a estreia de Toninho Cecílio. Sempre que um treinador deixa um clube há a suspeita de que o trabalho foi minado, entre outras coisas, por insubordinação dos jogadores. E a reação imediata sob nova direção geralmente aparece como "confirmação" dessa tese. Não é o caso do Paraná. Havia muito mais gente no barco por causa de Ricardinho do que apesar dele. A preocupação maior deve ser a de manter a atenção de jogadores fundamentais, como Lúcio Flávio, Anderson e Fernandinho, do que caçar bruxas. O mais provável é que a troca evidencie o óbvio: o elenco é limitado e alguns jogam mal simplesmente porque são ruins.
Para isso, não há mágica ou Toninho Cecílio que resolva. Embora insistir com Douglas Packer seja repetir um erro de Ricardinho e considerar ter a bola no pé algo secundário vá contra a natureza deste elenco.
Amanhã é dia de Atlético no Ecoestádio. O Ceará é mais perigoso agora do que no primeiro turno. Venceu quatro dos cinco últimos jogos como visitante (empatou o outro) e baseia seu jogo na surrada fórmula marcação forte/contra-ataque. O Atlético tem encontrado dificuldade para furar retrancas. Pedro Botelho e Marcelo, as melhores armas ofensivas, precisam de espaço para que sua explosão física prevaleça. Com a porta fechada, tornam-se jogadores comuns. João Paulo e Elias (e, em último caso, Paulo Baier) passam a ser indispensável para encontrar espaços com seus passes precisos. Quando conseguem isso cedo, o time vence bem (4 a 1 no CRB). Quando demoram, o Atlético sofre para ganhar (1 a 0 no ASA, 2 a 1 no Boa) ou não ganha (1 a 1 com o Joinville). O roteiro de amanhã será o mesmo. Bobagem cobrar que Drubscky tenha encontrado essa solução em cinco dias de trabalho.
O Coritiba fecha a rodada paranaense com o Sport, domingo. A ausência de suspensos ou novos pacientes do DM permite a inédita repetição do time. A natureza da partida recomenda mexer de novo. O Coxa precisará de velocidade no ataque para bater o Leão. Não tem isso com Robinho e Lincoln. Pode ter com Ruidíaz ou Everton Costa. A dificuldade dos laterais em marcar deve ser acentuada em um jogo em que a tendência é o Coxa ser mais atacado. As dificuldades em jogar fora e as carências não mudaram simplesmente porque Marcelo Oliveira foi embora. A mudança possível é a de postura, menos passiva como visitante. Já foi assim em Goiânia e precisa ser novamente no Recife. Não irá anular as carências, mas pode deixá-las sob controle.
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