Dunga irritou muita gente por seu imenso poder na seleção brasileira. Mas, pelo menos no início da sua gestão à frente do time nacional, Mano Menezes manda, em várias áreas, até mais do que seu contestado antecessor.
Por dois motivos: a demora da CBF em fechar a nova comissão técnica e as escolhas dos auxiliares feitas pelo ex-técnico corintiano.
Ontem, o Brasil desembarcou nos EUA, onde faz na terça, contra a seleção local, seu primeiro jogo sob o comando de Mano, sem um coordenador técnico, cargo que, segundo a CBF, seria uma das prioridades no ciclo antes da Copa de 2014.
Estava até mesmo sem um supervisor, papel que antes cabia a Américo Faria, responsável, entre outros, pela programação da equipe e pelo contato com os atletas antes das convocações.
Assim, coube até agora ao novo treinador a missão de marcar o horário dos treinos, fazer o "meio de campo" com os atletas antes da divulgação da lista de convocados e ser o responsável por todas as indicações para a comissão técnica, missão que também poderia caber ao superpoderoso coordenador técnico sonhado por Ricardo Teixeira.
O presidente da CBF, que depois do fracasso na Copa passou a externar críticas à supremacia exercida por Dunga, queria um profissional com esse perfil para ter mais tempo na organização da Copa 2014. Contudo ainda não há previsão de quando o cargo de coordenador ou supervisor será ocupado.
Sidnei Lobo, o principal auxiliar de Mano, nem de perto terá o papel de Jorginho, tetracampeão mundial como jogador, já com Teixeira na CBF, e responsável por decisões polêmicas quando auxiliava Dunga como indicar um observador e seguranças evangélicos como ele.
Na preparação física, o treinador trocou Paulo Paixão, que conhece Teixeira desde a Copa de 1998 e que exercia forte influência sobre Dunga, por Carlinhos Neves, outro estreante na seleção.
Ontem, em seu primeiro dia de trabalho com os jogadores, Mano não atendeu à imprensa. Só vai falar hoje, em entrevista coletiva. Já os jogadores resgataram a zona mista, em que todos passam por um corredor de jornalistas na Copa, só dois, em entrevista coletiva, falavam.