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São Paulo – Depois de 14 anos, a era Alberto Dualib, de 87 anos, chegou ao fim no Corinthians. Ontem, ele e o vice Nesi Curi, de 82 anos, entregaram cartas de renúncia ao presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger. A dupla havia decidido a saída em reunião com o advogado José Luiz Toloza, quinta-feira.

Com a renúncia, Senger marcou eleições para presidente em 9 de outubro. O pleito definirá também a escolha de um vice-presidente eleito. O vencedor cumprirá o restante do mandato de Dualib, que se encerra em fevereiro de 2009.

"O Corinthians é uma agremiação pujante que se formou em São Paulo e não merece sofrer tal depreciação e ser alvo de chacotas", comentou Senger, antes de pedir ao seu secretário para ler as cartas de renúncia de Dualib e Curi.

Até 9 de outubro, o cargo de presidente continua sendo ocupado por Clodomil Orsi, que é vice-eleito, assim como Wilson Bento. Após a escolha do novo mandatário corintiano, Orsi e Bento cumprirão seus mandatos como vices até fevereiro de 2009.

Desde 1993 no cargo, a gestão Dualib foi marcada por títulos e muitos escândalos. Foram os últimos, aliás, que culminaram no pedido de renúncia do cartola, que estava afastado pelo conselho.

A comissão do clube, aliás, já havia determinado que os dois dirigentes seriam submetidos a processo de impeachment. Listou seis razões para a destituição dos dirigentes: má gestão, suspeita de enriquecimento ilícito, processo na Justiça Federal, sonegação fiscal, liberação de atletas sem contrapartida ao clube e fraude na demissão de funcionários.

Como resultado da turbulenta parceria com a MSI, Dualib e Curi acabaram réus em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha após investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal sobre o acordo com a empresa.

A dupla também está sendo investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo em um esquema de emissão de notas frias no clube que os teria beneficiado.

Em sua carta de renúncia, Dualib disse estar "atormentado por um sentimento de injustiça que me persegue" e afirmou que, no Brasil, "inocente é culpado até que se prove o contrário". "Sou um vitorioso derrotado", afirmou o cartola, ressaltando que a renúncia foi um pedido de seus familiares.

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