O São José, equipe que disputou a Segunda Divisão estadual, ganhou fama às avessas. O time de São José dos Pinhais nem foi tão mal na competição, acabou em quinto. Mas a distinção ocorreu mesmo nas arquibancadas.
Em nove jogos disputados em casa, a equipe amealhou apenas 278 pessoas. Desse total, só 179 pagaram para assistir a equipe da região metropolitana.
A situação chegou a tal ponto que João Otávio Simões Neto, o dono do time, por vezes chegou a torcer pelo não comparecimento do público. Viu no abandono uma forma de conseguir patrocinadores.
"Agora chego no patrocinador e aviso: você vai estar investindo no único time que disputou uma partida oficial com nenhum pagante", brinca.
O fatídico confronto ocorreu dia 4 de junho. Foi o primeiro jogo do São José no Estádio do Pinhão. Empolgado com a estreia na rodada anterior, cujo o mando de campo jogou em Ponta Grossa, visto por 64 pessoas, João Otávio mandou confeccionar 400 bilhetes. Ninguém apareceu.
"Tenho todas as reportagens, estou pensando em mandar para o livro dos recordes", completa.
Torcedor é tão raro, que quando aparece, tem de ser pego no pulo. No caso do São José, o dirigente lembra apenas de um, o seu Armindo. Não se sabe o motivo, mas depois da segunda rodada, ele foi em todos os confrontos do no Estádio Xingu.
"Ele vai sempre. Foi chegando, começou a aparecer. Sinceramente, acho que é o único", diz João Otávio que nas últimas partidas já estava dando o ingresso para Armindo na tentativa de garantir o único incentivo do time nas arquibancadas. "Ele já é um patrimônio do clube."
Mas nem o isolado torcedor conseguiu amortizar o prejuízo do mandatário. No total, João Otávio calcula ter ficado no vermelho em mais ou menos R$ 100 mil por disputar a competição. Por isso, está decidido a mudar sua sede. Fechou uma parceria com a prefeitura de Rio Negro e, no ano que vem, o São José mudará de estádio mas manterá o nome.
Antes, contudo, tenta dar uma compensada no prejuízo jogando a Segundona do Catarinense. Como Porto, defendendo a cidade de Porto Iguaçu, o time agora mambembe já realizou duas partidas em casa. Só na primeira teria tido mais gente do que em todos os jogos no Paranaense.
Mas como todos os clubes mantidos por empresários, não é da renda que a associação, e João Otávio, pretende lucrar. A ideia é, claro, negociar jogadores. Criado em 2008, por enquanto o dirigente diz, otimista, que está tudo empatado.
O empresário foi jogador do Coxa nos anos 70. Era reserva de Dirceu quando teve um problema no joelho e abandou o futebol. Então fez três faculdades: administração, contabilidade e direito. Assim, virou proprietário de dois motéis em Curitiba onde, curiosamente, seu time concentrava antes dos confrontos. Vale a pena?
"Com os motéis, se tira um lucro de R$ 20 mil no fim do mês. Só na negociação de um garoto dá para tirar 50, 60 mil", revela.
Atualmente, sua aposta é Zé Tiago, um ala-esquerdo de 20 anos. Vindo do interior da Bahia, esse atleta, nos cálculos de Otávio, vale bem mais do que as negociações usuais.
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