Fachada da Fifa em Zurique, na Suíça: entidade rejeitou as novas denúncias contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira| Foto: Fabrice Coffrini/ AFP

As denúncias feitas pela rede britânica de comunicação BBC envolvendo o nome do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, – além de Nicolás Leoz, presidente da Con­­mebol, e Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana – ressuscitaram denúncias feitas no relatório final da CPI do futebol, em 2001. Foram mostradas novas evidências de corrupção na escolha da empresa International Sports and Leisure (ISL) como agên­­cia de marketing da Fifa.

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Segundo o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB), que presidiu a CPI, as denúncias podem fazer com que o processo que pede a condenação de Teixeira por evasão de divisas e lavagem de dinheiro (entre outros crimes fiscais) volte a caminhar na Receita Fe­­de­­ral e no Banco Central. A acusação de que Teixeira teria recebido parte de uma propina da ISL (cerca de R$ 16 milhões) reforça a tese de­­fendida por Dias de que o presidente da CBF praticou uma série de crimes.

Ontem o senador decidiu encaminhar um requerimento ao BC e à Receita pedindo um posicionamento sobre o porquê da morosidade. "Solicito informações sobre o andamento das providências requeridas pela CPI na parte administrativa", afirmou.

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O interesse dos britânicos em Teixeira pode ter relação com uma futura eleição para a sucessão na Fifa. "Para mim tem a ver com a disputa pela presidência. Em função dessas denúncias, é possível que o caso volte à tona, já que os jornalistas britânicos estão investigando a fundo."

O processo penal que poderia causar a prisão de Teixeira está parado na Justiça porque o inquérito administrativo se arrasta desde 2001. "É um argumento jurídico que já foi usado para conseguir a anulação da pena de dez anos de prisão imposta ao Eurico Miranda, por exemplo", afirma Dias.

O senador conclui dizendo que a campanha para trazer a Copa para o Brasil pode ter prejudicado o julgamento dos processos. "Isso impôs um ritmo de lentidão absurdo."

A Fifa emitiu um comunicado oficial rejeitando as denúncias. Segundo a nota, "as questões referentes aos casos estão relacionadas há muitos anos e já foram in­­vestigadas pelas autoridades responsáveis na Suíça". Segundo o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, o comunicado emitido pela Fifa fala por todos, inclusive por Teixeira – que, como de praxe, optou pelo silêncio.