Rival "cascudo" deixa alviverdes com alerta ligado
Festa armada, fim do exílio e tudo mais. Mas há um porém. Do outro lado estará um dos mais indigestos adversários do Coritiba: a Portuguesa. Apesar de estar apenas em oitavo na classificação (31 pontos), na história são 32 jogos, com 11 vitórias para cada lado e 10 empates.
Além da retomada no quadro de sócios (estimado em 13 mil) e da venda de aproximadamente 15 mil entradas, volume considerado ótimo pela diretoria coxa-branca, os jogadores também entendem que a partida de hoje contra a Portuguesa marca uma retomada. Um reinício no campeonato, mesmo 21 jogos depois.
"É um jogo diferente. Vamos tratar realmente como uma estreia no campeonato", diz Cleiton, que formará o trio de zagueiros ao lado de Jéci e Pereira.
O defensor disputou o Paulistão pelo Botafogo de Ribeirão Preto, por empréstimo, e, portanto, não atuou no Couto Pereira este ano. "Faz um bom tempo que não jogo uma partida oficial aqui e vai ser muito gratificante para mim", disse.
Outros, como o goleiro Édson Bastos, que volta à equipe depois de tratar um corte na mão direita, estiveram no gramado do Couto durante o Paranaense, nas partidas do "supermando". Mesmo assim, entendem que é um reinício no campeonato. "Volto em um momento importante, de definição, em uma oportunidade de reconquistar a liderança", afirma o camisa 1.
Para tanto, é preciso vencer a Portuguesa e contar com um empate ou vitória da Ponte Preta sobre o Bahia, em Campinas. Enquanto a festa corre nas arquibancadas e nas finanças do Coxa, com a injeção de ânimo da volta, há a tentativa de controle da empolgação. O torcedor conta os minutos para rever o time em casa. "Nós também, a ansiedade existe. Mas temos de ter cautela", pondera Bastos.
A cereja no bolo é a volta do ídolo Tcheco, confirmado como titular no meio de campo. Com isso, o meia Enrico foi deslocado para a esquerda. O volante Léo Gago volta, enquanto Andrade se consolida como titular ao lado dele no setor de marcação.
Ele é outro a avisar que festa, só fora do gramado. "Para a gente é uma pedreira. A Portuguesa é um concorrente direto. Umas duas semanas atrás fizemos uma reunião interna e traçamos um objetivo em relação aos jogos com o América-MG e a Portuguesa. A festa é só para o torcedor", afirma Andrade. Contra o América-MG, o empate fora de casa assegurou o retorno ao Couto dentro do G4.
De todos os setores do Coritiba, só um não terá o reinício que desejava: a principal torcida organizada do clube. Mesmo após reivindicação mediada pelo Ministério Público durante a semana e liberação da Polícia Militar para que usasse seu material, a Império Alviverde terá restrições, por determinação da diretoria coxa-branca.
Não poderá entrar no estádio com adereços, faixas e camisetas alusivas à facção, o que gerou uma manifestação do presidente do grupo, Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio. "O doutor [advogado do clube, Gustavo] Nadalin estava na reunião com o Ministério Público. O Coritiba não está acima da lei. Para esse jogo eu já havia falado que acataria a decisão do clube. É um jogo festivo e eu entendo que nós temos de vencer. Agora, essa rivalidade tem de acabar. A constituição garante alguns direitos", disse, prometendo providências para que em breve a torcida volte a ostentar seus adereços no estádio.
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