Serafim Meneghel, um dos dirigentes mais folclóricos do futebol paranaense, morreu neste domingo (22), aos 88 anos, em São Paulo. O ex-presidente do União Bandeirante estava internado em um hospital em São Paulo há alguns dias. O motivo do falecimento não foi confirmado.
Meneghel, ao lado do irmão, fundou o União Bandeirante em 1964 e foi cinco vezes vice-campeão estadual. O mandatário esteve à frente do clube por quatro décadas. Em 2006, ele confirmou o encerramento das atividades da equipe.
O extinto clube foi responsável por revelar grandes jogadores para o futebol brasileiro, como Paquito e Tião Abatiá, ambos ex-Coritiba, e o goleiro Fábio, ídolo no Cruzeiro.
Em 2013, a Gazeta do Povo fez uma reportagem especial com Serafim Meneghel, que destacou na época que ainda pretendia seguir no comando do União Bandeirante. Relembre alguns trechos:
Por que o União acabou?
Eu era o baluarte da família. Saí da administração da usina em 2003 e vim cuidar dos meus negócios. Toquei o clube sozinho por mais dois anos, gastei R$ 1,5 milhão. Aí tem a família, os agregados… Um gosta de futebol, outro não gosta; quando fala de por a mão no bolso ninguém gosta e resolvemos fechar. Poderíamos ter vendido os jogadores, mas demos o passe e ainda assim alguns foram à Justiça. Pagamos todos. Não devemos nada para ninguém.
O time nunca recebeu ajuda externa?
Nunca. Os times eram montados e dirigidos exclusivamente pela família. O União foi vice-campeão paranaense cinco vezes. Em 92, que nós fomos vice-campeões em Londrina, se eu estou no banco, sou campeão.
Por que o futebol da região acabou?
O futebol hoje é caro. Você pega um moleque de 13, 14 anos, faz o jogador. Aí quando ele completa 17, 18 anos, chega um Zé das Contas, dá uma geladeira e uma televisão para os pais e assina uma procuração para representar o jogador. O que acontece? O clube fica vendo navio.