Sertão volta ao Brasil ansioso para comer macarrão e farinha

• 0

São Paulo (AE) – Carregando o cinturão de campeão mundial dos penas e um largo sorriso, Valdemir Sertão Pereira desembarcou ontem, em São Paulo. Foi recebido calorosamente no aeroporto por mais de 50 amigos e pugilistas, que fizeram muito barulho com pandeiros e não cansaram de gritar "É campeão!". Uma enorme faixa chamou a atenção no saguão: "O Sertão virou mar, como o ditado diz, tornando-se número 1 para todos nós!"

Sem dormir desde que venceu a luta na madrugada de sábado contra o tailandês Phafrakorb Rakkietgym, nos Estados Unidos, o pugilista baiano estava surpreso com a festa dos amigos. "Não esperava esse assédio.... estou feliz!", disse.

Ainda no avião, um passageiro viu a foto de Sertão estampada no jornal e disse que ele parecia com o campeão. "Primeiro, ele perguntou se eu era rapper americano. Depois, disse que eu parecia com o cara da foto. Foi engraçado", contou o pugilista.

Acompanhado do empresário Servílio de Oliveira, único medalhista olímpico brasileiro no boxe, e do técnico Ivan de Oliveira, Sertão só pensava em descansar com a mulher Sara, que não foi ao aeroporto porque ficou em casa preparando o almoço. "Não vejo a hora de comer um macarrão com farinha", disse.

A farinha, aliás, lhe fez falta nos Estados Unidos. Ele esqueceu em sua casa, em São Caetano do Sul, um saco de farinha que uma tia de Cruz das Almas (BA), sua cidade natal, tinha enviado para ele levar na viagem.

Na comemoração após o título, ele não pôde saborear acarajé ou arroz com feijão que ele tanto gosta – teve de se contentar com um restaurante chinês, o único aberto por volta das 2 horas. "Comi uma carne doce, que não gostei, tinha gosto de algodão doce....", contou.

Sertão não vê a hora de reencontrar a família em Cruz das Almas, cidade de 56 mil habitantes. Ele terá cerca de 15 dias de descanso. Um vereador de sua cidade ligou para o pugilista quando ele chegou a São Paulo, prometendo passagem aérea e desfile em carro aberto. "Assim que eu puder, vou para lá", avisou.

Faz dois anos que ele não visita os pais e os oito irmãos que moram em uma mesma casa. Lá, também moram dois dos seus três filhos – cada um com uma mulher. Outro, mora com a mãe no ABC paulista.