Alceu Vezozzo Filho, 55 anos, não gosta de tratamento especial. Garante que é apenas um torcedor-colaborador do Coritiba. Por isso proporciona ao clube do coração um negócio digno de "de pai para filho".
Presidente da rede Bourbon Hotéis e Resorts, o empresário permite que o Coxa faça a pré-temporada no suntuoso resort em Atibaia, interior de São Paulo, a custo zero. Pede como contrapartida anúncios em placas, na camisa ou calção do clube. Quando for possível.
"O meu acordo é: se tiver um espaço livre, eu entro. Se não, fica o crédito, uma hora eu vou usar", diz ele, sem saber ao certo quanto terá de receber de volta pela ajuda. Usou o crédito nas finais da Copa do Brasil de 2011 e 2012, por exemplo, estampando a marca do hotel no calção do time.
Pelas contas do seu Alceu, como é conhecido, os gastos com a estadia de 11 dias do Coritiba, que termina na próxima quinta-feira, giram em torno de R$ 250 mil, alimentação incluída no pacote. Somando as quatro pré-temporadas anteriores, em Foz do Iguaçu, e a passagem pelo complexo de Joinville, quando o clube cumpria punição pela pancadaria que marcou o jogo contra o Fluminense, no Brasileiro de 2009, a conta passa de R$ 1 milhão.
Um negócio que não aconteceria se o seu Alceu não fosse coxa-branca desde 2005, quando começou a acompanhar o filho nos jogos no Couto Pereira. Natural de Piracicaba (SP), chegou a jogar nas categorias de base do Londrina e a torcer para o Tubarão até os 15 anos. Acabou indo estudar em São Paulo, acompanhando mais o Santos, até mudar-se em 1986 para Curitiba, quando desistiu do futebol. Até aparecer o Coxa no caminho.
"O Coritiba praticamente leva o nome da capital paranaense. Para mim a parceria com o clube é uma homenagem também à cidade", diz. "Eu acredito que esse é um clube grande que pode ser gigante. O Coritiba ganha em poder ficar em instalações de primeira linha, o atleta dá mais valor para onde está jogando", acrescenta o "colaborador".
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