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Helsinque, Finlândia (AE) – Há dois anos, o norte-americano Justin Gatlin perdeu a oportunidade de ganhar fama ao não competir no Mundial de Paris. Dessa vez, veio à Finlândia, credenciado pela medalha de ouro olímpica dos 100 metros, no ano passado, em Atenas, para levar também o título do Mundial de Atletismo, no Estádio Olímpico de Helsinque. Gatlin foi o homem mais rápido do Mundial, ontem, ao vencer os 100 m com o tempo de 9s88.

Formou o pódio com o jamaicano Michael Frater (10s05) e o campeão de Paris, Kim Collims, de St. Kitts e Nevis, que levou a medalha de bronze, com o mesmo tempo. "Simply the best", anunciava a voz de Tina Tunner, no som do estádio, enquanto Gatlin deu a volta olímpica andando, enrolado na bandeira americana e parando, todas as vezes que foi necessário, para fazer pose para os câmaras e fotógrafos, colocando uma risada no rosto.

"Eu me sinto muito bem", disse, fazendo um desafio, quase uma ameaça ao jamaicano Asafa Powell, recordista mundial da prova, com o tempo de 9s77, com quem não pode medir forças. Machucado, Powell não competiu em Helsinque. "Eu vou ser o homem mais rápido do mundo também no futuro. Eu acredito que posso quebrar o recorde mundial. Eu sou campeão olímpico e mundial, mas quero 'Justin Gatlin' como campeão de tudo. Onde tiver uma medalha de ouro, eu quero ir lá buscar", disse o americano, sem mostrar nenhuma modéstia.

Ainda acentuou que gostaria de ter competido contra Maurice Greene, ex-recordista mundial, Asafa Powell e Shaw Crawford, o campeão olímpico dos 200 m em Atenas, que não passou da semifinal. No mesmo dia em que conheceu o homem mais rápido, o Mundial de Atletismo teve também a sua primeira recordista mundial, a russa Olimpiada Ivanova, que fez os 20 km marcha atlética em 1h25min41, para ficar com o bônus de US$ 100 mil pelo novo recorde mundial da prova. A marca anterior pertencia à chinesa Yan Wang's (1h26min22), desde 2001.

A russa, de 34 anos, nunca perdeu a liderança nos 20 km, resistiu até mesmo a um forte ataque das rivais na Rua Mannerheiminte para entrar sozinha no Estádio Olímpico de Helsinque, sob muitos aplausos. Quando nasceu, seus pais escolheram o nome Olimpiada. "Eu não tive chance, foram ele que decidiram por isso."Entre os brasileiros, Fabiana Murer ficou a cinco centímetros de se classificar para a final do salto com vara. Nos 100 m feminino, Lucimar Aparecida de Moura obteve uma vaga para as semifinais, marcadas para hoje à tarde.

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