Sindicatos da África do Sul têm ameaçado atrapalhar a Copa do Mundo por causa de uma acusação, que vem sendo investigada pela Fifa, de que o mascote do campeonato estaria sendo produzido em uma fábrica chinesa que explora seus funcionários.
A Global Brand Group (GBG), a empresa que gerencia as marcas para a Fifa, disse num comunicado ter tomado conhecimento de uma reportagem da mídia britânica sobre a fábrica chinesa que produz uma roupa do Zakumi, o leopardo de cabelo verde que é o mascote da Copa.
"A GBG tomou as medidas apropriadas para contratar a Intertek, a maior organização do mundo para certificação, inspeção e testes independentes, a fim de conduzir uma inspeção imediata e uma auditoria de adequação social e ética", disse o comunicado.
O documento afirmou que nenhuma questão havia sido levantada com relação à companhia anteriormente, mas acrescentou que o fabricante não produz nenhum dos outros brinquedos, produtos ou mercadorias do Zakumi.
A fabricação do mascote e de outros brinquedos relacionados na China e as acusações de exploração desagradaram os sindicatos da África do Sul, onde o desemprego oficial fica perto dos 25 por cento.
O jornal britânico News of the World divulgou em janeiro que a fábrica pagava aos seus funcionários salários "lamentáveis" e os forçava a trabalhar em péssimas condições.
A federação do trabalho Cosatu, poderoso aliado do Congresso Nacional Africano, exigiu uma investigação e ameaçou atrapalhar a copa.
"A Cosatu tem exigido de forma consistente que toda a parafernália da Copa do Mundo seja fabricada na África do Sul de forma que possamos criar empregos e herdar um legado do torneio que melhorará, de forma permanente, a vida dos trabalhadores sul-africanos", disse a federação em comunicado.
"Os consumidores sul-africanos, achando que estão fazendo um gesto patriótico comprando o mascote caro, não estão cientes de onde ele vem e como é produzido."
Um ramo regional da federação afirmou que pediria o boicote das vendas do mascote e protestaria em todos os eventos da Fifa ou da Copa do Mundo na Cidade do Cabo -- que sediará oito partidas, incluindo uma semifinal, e sofreu aumento no desemprego no setor têxtil -- "até que a Fifa se comporte de forma ética."
A GBG afirmou que a Fifa procurou os melhores fabricantes e distribuidores para todos os produtos da Copa.
"Sempre que possível, a primeira escolha de produção é a África do Sul, porém, nos casos onde isso é impossível, parceiros fabricantes internacionais são considerados," afirmou.
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