Quase todos os skatistas que frequentam a pista da Praça do Gaúcho já foram vítimas “do buraco”. Do tamanho de uma frigideira, a rachadura fica bem no fundo de uma das descidas da pista. “Se passar no buraco e travar as rodinhas já era”, diz Caíque Dutra, de 14 anos, que costuma ir na praça todo o dia com o irmão Cauã.
Cauã, 12 anos, já machucou o ombro depois de passar pela temida depressão. Maicon Juliano, de 16 anos, bateu a cabeça no paredão de cimento, vítima da ardilosa cavidade. Craque no skate aos oito anos de idade, Juan Stocco passeia com desenvoltura pelos altos e baixos da pista do Gaúcho. Nem ele, que pratica o esporte desde os cinco anos, escapou. Bateu o skate no buraco e ralou os joelhos no chão.
Em breve, porém, uma reforma deve acabar com a rotina de lesões, arranhões, e luxações. A prefeitura promete investir 300 mil reais na reforma e revitalização da praça. Inaugurada em 1978, é a pista pública mais antiga de Curitiba. Não passava por uma renovação havia anos. Para os skatistas, vem em boa hora. “Precisa trocar as grades, cobrir os buracos e as rachaduras e trocar a pedra [usada para fazer manobras]”, palpita o jovem Stocco.
Outro local bastante frequentado pelos skatistas que passará por uma revitalização será a praça do Jardim Ambiental, cuja reforma custará R$ 75 mil . A pista, no Alto da XV, é uma das dez públicas da cidade que passaram recentemente ou estão passando por reformas. Das dez, seis já ficaram prontas e outras quatro estão previstas para terminarem este ano.
Até o final deste ano, mais três deverão ser criadas no Cajuru, e até abril de 2016 mais uma no Pinheirinho. A pista da praça Afonso Botelho, localizada em frente ao estádio do Atlético, depois de vários atrasos, tem previsão de término para fevereiro do ano que vem. Segundo a prefeitura, a empresa que havia vencido a licitação desistiu e um novo processo precisou ser realizado.
A nova empresa tem 12 meses para terminar tudo, com um orçamento de 4,6 milhões. Além da pista de skate nova, a Praça Afonso Botelho receberá novas canchas de esporte, adaptações para acessibilidade, e um novo prédio para a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude.
Mas uma pista para a qual a prefeitura precisa dar atenção é a da João Saldanha, conhecida como “pista do Paiol”, pela proximidade com o teatro de mesmo nome, no Prado Velho. “Tem que reformar. Está cheia de buracos”, reclama Caíque Dutra.
Procurada por ser estilo street, com obstáculos que simulam os encontrados nas ruas, a pista não está no cronograma de reformas do governo municipal. Por isso, apesar das 30 pistas públicas na cidade, as preferidas da piazada ainda são as particulares Drop Dead e Ultrashock. “No fim de semana ando lá”, afirma Stocco.
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