Falta apenas um nome para o auditor do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Otacílio Sacerdote Filho, concluir o relatório que investiga o mensalão do apito. Trata-se do "Bruxo", o operador do esquema, que seria um dirigente da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

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Sacerdote ainda não tem indícios suficientes para denunciar o homem que encabeça a suposta máfia. Por isso pode prorrogar até amanhã o término do inquérito. A esperança é que o ex-árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, revele para quem eram entregues os envelopes que ele trazia a cada jogo "armado" que apitava.

Os árbitros que fizeram as denúncias – além de não terem provas do envolvimento do "Bruxo" – têm medo de falar o nome do coordenador do esquema. Essa pessoa teria força nas escalas e poderia prejudicar os delatores.

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Caso não seja possível apontar o envolvimento do Bruxo na justiça desportiva, o operador do mensalão será investigado pela justiça comum, onde é permitida a quebra de sigilo bancário e telefônico.

Outras possibilidades são a análise das contas dos telefones celulares que a Federação disponibiliza aos seus dirigentes e um documento protocolado na entidade pelo suposto "Bruxo", ameaçando pedir uma acareação na Polícia Federal com tesoureiros da FPF que o apontaram, informalmente, como operador do esquema.

"Esse documento comprovaria quem é o Bruxo. O problema é que sumiu. Até agora não tenho como indiciar essa pessoa. Estou aguardando somente esse nome ser citado para fechar o relatório", disse.

Os demais denunciados no inquérito são os apitadores Carlos Jack Magno, Marcos Tadeu Mafra, Sandro da Rocha, Antônio Salazar Moreno, Amoreti Carlos da Cruz (aposentado) e Cidão, que é réu confesso. Todos foram acusados no depoimento do juiz Evandro Rogério Roman.

Entre os dirigentes, serão indiciados o ex-presidente e o ex-vice da Comissão de Arbitragem, Valdir de Souza e Antônio Carvalho, respectivamente; o presidente afastado do Conselho Deliberativo do Operário, Sílvio Gubert – que revelou o esquema em entrevista à ESPN Brasil – e o ex-presidente do Foz do Iguaçu, Genésio Camargo, o Cigano – que confessou em carta ao tribunal ter comprado o árbitro José Francisco de Oliveira.

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Representantes de outros clubes que foram chamados para depor e não compareceram sem apresentar justificativa também serão indiciados, mas não correm risco de punição. Apenas terão de explicar o motivo da ausência nos interrogatórios. O relatório final da investigação só será revelado na segunda ou terça-feira, depois de ser apreciado pela procuradoria do Tribunal.

Ao mesmo tempo, o caso será encaminhado para a Procuradoria de Investigações Criminais (PIC). Promotor de justiça, Sacerdote promete se empenhar pessoalmente para que as denúncias não acabem em pizza.

"Vou pedir ao procurador-geral para continuar no caso. Já tenho conhecimento da situação e posso manter as investigações", afirmou.